O Ministério Público Federal determinou que a Polícia Federal abra um inquérito para apurar o conteúdo da carta do vereador Agnaldo Timóteo (PR). No requerimento enviado à PF para a abertura do inquérito, a Procuradoria indicou que seja ouvido, "com urgência", o vereador.
Segundo reportagem publicada hoje pela Folha, Timóteo mandou carta em papel timbrado da Câmara Municipal de São Paulo a um antigo aliado em que menciona cobrança de propina por "oportunistas" de seu partido e cita o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Na carta, Timóteo se explica por ter demitido de seu gabinete a filha de Geraldo de Souza Amorim, a quem diz ter "levado" a reuniões com o prefeito Gilberto Kassab e o ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes), do PR.
Geraldo de Souza Amorim era sócio da GSA, empresa que em 2004 obteve da RFFSA (Rede Ferroviária Federal) autorização para instalar, em terreno da antiga estatal, a Feira da Madrugada, que reúne ambulantes no bairro do Pari (centro de SP).
Desde o ano passado, a Prefeitura de São Paulo assumiu a administração do pátio do Pari (região central), onde é realizada a Feira da Madrugada.
Hoje, em entrevista à rádio "CBN", Timóteo afirmou que pediu o cargo da filha de Geraldo em seu gabinete para ajudar outra pessoa. "Eu precisava do cargo para outra pessoa que precisava mais desse trabalho, não sou nenhum Luan Santana, meu cachê é modesto."
O vereador disse ainda que Amorim foi quem lhe contou que alguém o havia procurado em nome do PR exigindo propina de R$ 300 mil. "Amorim é um amigo por quem briguei muito, pedi muito, sempre admirei o trabalho dele na Feira da Madrugada."
À "CBN", Timóteo afirmou que não procurou o PR para discutir o assunto. "Ia falar em nome de quem? Para quem iria falar no partido? Quem comando o partido é Brasília, sou apenas um vereador."