Da primeira arte do filho, a mãe nunca esquece. Foi um desenho rabiscado durante umas férias de verão. Convenhamos: nada acima do esperado para um artista de apenas 5 anos de idade, um principiante.
Só que o tempo passou e essa arte chegou ao nível de um trabalho maduro, com estilo e personalidade, merecedor das mais elogiosas críticas de especialistas. Mas afinal, quem é o autor desse trabalho tão adulto?
O nome dele é Kieron Williamson. Tem apenas 8 anos de idade agora, três a mais do que tinha quando rabiscou seus primeiros desenhos, em 2007.
?É extraordinário, comparável aos maiores pintores contemporâneos. Sabe escolher e misturar cores com precisão. Pinta aquarela, óleo sobre tela. Tudo com um talento nato?, afirma o gerente da galeria que expõe os trabalhos do pequeno artista.
Nem ateliê o pequeno artista tem. Pinta na cozinha mesmo, junto com a mãe - dona de casa - e em companhia da irmã, três anos mais nova. O pai diz que todos na família ficaram encantados com a veia artística de Kieron. Sobretudo, com as perspectivas financeiras desse dom.
O que era para ser só uma forma de agradar e também de incentivar o talento do filho artista, acabou surpreendendo os pais de Kieron. A exposição, em uma feira cultural na cidade de Norfolk, a 250 quilômetros de Londres, atraiu colecionadores do mundo inteiro. Em apenas 14 minutos, todas as 33 telas foram vendidas. Um negócio de gente grande. Rendeu ao menino o equivalente a R$ 400 mil.
A mãe explica que todo o dinheiro está sendo guardado em uma caderneta de poupança. É para custear os estudos do menino - estudos em uma escola de arte, eu sugiro. Quem sabe, ela diz. ?O mais importante é que por enquanto Kieron seja o que é, uma criança?, diz a mãe.
De fato, Kieron leva sua arte na brincadeira. Tímido, confessa não ter a menor ideia dos valores que já ganhou. Para ele, o sinônimo disso tudo é diversão. Mas, de onde vem tanta inspiração?
Kieron não é de falar muito. Prefere, mesmo, é pintar. Diz apenas que tudo pode se transformar em uma tela. Uma foto, um cartão-postal, uma lembrança ou as belas paisagens da cidade onde nasceu e vive até hoje. A igreja de Norfolk, por exemplo, já foi retratada na tela, que por sua vez virou capa do novo catálogo telefônico da cidade.
Mas e o futuro? Ele acha que vai dar para conciliar suas duas paixões: o futebol e a pintura. Afinal, são duas artes e pelo menos em uma delas, Kieron já não precisa provar mais nada para ninguém...