A piscina que permaneceu suspensa por quatro dias após uma enxurrada formada por um temporal invadir uma casa construída em uma área de risco em Cuiabá desabou neste domingo (30). Imagens de um cinegrafista amador mostram o momento exato em que a piscina se descola lentamente do terreno até cair às margens do córrego do Gambá, localizado no bairro Dom Aquino. A residência foi interditada pela Defesa Civil.
A residência em que a piscina estava localizada foi uma das mais afetadas da região no temporal que atingiu Cuiabá na última quinta-feira (27). A força da ventania e da água acumulada no córrego levou para bem longe o muro e o telhado que encobria o quintal da casa. A piscina resistiu, mas ficou isolada pelo risco iminente de desmoronar, o que acabou acontecendo neste domingo.
A proprietária da casa, a cabeleireira Airtes Campos da Silva disse que entrou em pânico quando a chuva começou. ?Quando começou a chover entrei para o meu quarto e comecei a rezar até que ouvi um estrondo muito forte e o grito dos vizinhos?, contou a moradora.
Para a Defesa Civil, nenhuma residência poderia ter sido construída no local por conta da presença do córrego que corta a região. Terrenos localizados às margens de córregos, informou o órgão, são instáveis e apresentam alto risco de desmoronamento.
Airtes é apenas uma entre as cinco mil famílias que vivem em áreas de risco na capital de Mato Grosso. Essas famílias, segundo levantamento da Defesa Civil, aguardam a construção de novas casas pelo governo para deixarem os locais impróprios. Neste ano, a prefeitura de Cuiabá disse que transferiu 800 famílias que estavam em áreas de risco para residenciais.
Além da residência da cabeleireira, a Defesa Civil interditou outras duas casas vizinhas. ?Nós acabamos de interditar essas três casas e estaremos na próxima quarta-feira (2) encaminhando pedido para as secretarias de Habitação e de Obras para que seja feita uma limpeza no canal para a água fluir normalmente. O canal também precisa ser retificado?, explicou o coordenador da Defesa Civil de Cuiabá, Oscar Amélito dos Santos.
?Não sabemos mais o que fazer, o ano novo acabou para mim?, resumiu a cabeleireira.
Medidas preventivas
Para o Corpo de Bombeiros, a população deve evitar jogar lixo em córregos para inibir a formação de enchentes. O órgão diz ainda que em casos de alagamento, o recomendado é desligar a energia do imóvel. Além disso, deve-se evitar o contato com a água, que pode conter fezes e urina de rato, que causam doenças.