O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, criticou a iniciativa da oposição de criar uma CPI para investigar a estatal no Senado. A comissão deve começar os trabalhos na próxima terça-feira (2), quando será definido o presidente e o relator.
Em entrevista aos repórteres Pedro Soares e Samantha Lima publicada neste sábado na Folha , Gabrielli diz que a investigação é política e que os dados que a oposição usa para questionar sua administração está no site da empresa na internet. "Isso contradiz que a Petrobras seja uma caixa-preta", diz o presidente da estatal.
Gabrielli também acusou o TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou irregularidades na estatal, de ser um "órgão formado por pessoas politicamente comprometidas".
Comando
A polêmica em torno da escolha do presidente e do relator da CPI da Petrobras só vai ser solucionada na próxima terça-feira, quando a comissão será oficialmente instalada na Casa. Os líderes governistas vão aproveitar o fim de semana para acertar o tom do discurso inicial para a CPI, com o objetivo de emplacar nomes ligados ao Palácio do Planalto nos dois cargos de comando da comissão.
O presidente eleito pelos integrantes da CPI tem a prerrogativa de indicar o relator. Pelo quebra-cabeças articulado pelos governistas, a relatoria deve ser entregue ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Os senadores João Pedro (PT-AM) e Ideli Salvatti (PT-SC), que é a líder do governo no Congresso, são apontados como os possíveis presidentes da CPI. O nome dos dois petistas ganhou força uma vez que o governo quer escolher parlamentares com histórico de fidelidade ao governo.