O jornal Sunday Times, da cidade de Londres, Inglaterra, publicou reportagem afirmando que as autoridades da Escócia pretendem aumentar e estimular as capacidades de cálculo e de leitura da população carcerária local. Para isso, entretanto, o sistema disponbilizaria aos presidiários livre acesso ao famoso jogo Brain Training, do sistema de videogame DS, da Nintendo.
Quer dizer, os presos escoceses poderão brincar com Brain Training (Nintendo), um jogo eletrônico que, via desafios, enigmas, quebra-cabeças e passatempos, afirma treinar o cérebro humano, estimulando o raciocínio.
O programa será testado primeiramente em um pequeno grupo de prisioneiros e os jogos ficarão disponíveis nas bibliotecas das prisões. Professores de literatura, aritmética, geometria e matemática darão aulas para estimular a leitura e o cálculo em meio à população.
A medida faz parte de um planejamento do Governo escocês, que encomendou pesquisa para verificar os efeitos do estímulo ao estudo durante a vida em cárcere.
O Learning in Custody: Report of the Offender Learning in Custody Workstream, documento fruto da pesquisa, concluiu como positivo o estímulo intelectual e, ainda, que os jogos eletrônicos são um ferramenta atual, prática e útil a esse fim.
"Os resultados iniciais sugerem que (o estudo por meio de um jogo eletrônico) é inspirador" e beneficia especialmente os presos com menor nível de escolaridade.
Segundo autoridades, atualmente os presos já têm acesso ao sistema PlayStation (PS), mas sua finalidade é meramente recreativa. Ou seja, o PS é só pra diversão, enquanto o acesso ao DS é considerado ferramenta para aperfeiçoar os estudos, "pois aumentaria as chances de essas pessoas conseguirem emprego e, consequentemente, reduziria as chances de retorno à vida criminosa", diz o jornal.
Algumas escolas públicas da Escócia já adotam o DS em suas aulas para crianças.
Mas nem todos concordam com a ideia. Um grupo representante de contribuintes (pagadores de impostos) classificou o plano do governo como "ridículo", argumentando que "muitos cidadãos escoceses nem mesmo podem dar aos seus filhos um aparelho DS em tempos de crise econômica".