TRÊS VERÕES, dirigido por Sandra Kogut (Mutum e Campo Grande), estava com tudo pronto para ser lançado nos cinemas no dia 19 de março quando as salas tiveram que ser fechadas em todo o Brasil por conta da pandemia de COVID 19.
"O fechamento dos cinemas na semana que Três Verões estrearia trouxe preocupação pois havíamos investido muito na campanha para o filme atingir um grande público - o que parecia impossível com a pandemia. Mas a parceria com o Telecine foi fundamental para a gente repensar como atingir um grande público em todo o país e garantir um lançamento forte do filme. Assim, após o circuito de drive-ins, o filme estará disponível no streaming e seis canais do Telecine e também poderá ser alugado em operadoras como Now, Vivo Play e Oi Play" conta Felipe Lopes, diretor da Vitrine Filmes.
Após cinco meses de espera, o público finalmente poderá conhecer Madá, a protagonista do filme, interpretada por Regina Casé, já que o longa será lançado em drive-ins no dia 3 de setembro. E logo após, a partir de 16 de setembro, TRÊS VERÕES estreia no Telecine, Now, Vivo Play e Oi Play.
“O Telecine sempre apoiou a exibição dos filmes no cinema, entendendo que é uma experiência única, capaz de formar e atrair novos públicos. Mas entendemos também que, cada vez mais, esse momento cinema pode se expandir para outras plataformas. Nosso objetivo é ser o hub onde se dá o encontro do público com seus filmes. A parceria com a Vitrine permite que, mesmo num cenário de salas fechadas, grandes títulos tenham a visibilidade que os realizadores, os talentos e o público merecem”, afirma Sóvero Pereira, Diretor de Conteúdo e Aquisições do Telecine.
“Acho que estamos em um momento de mudanças abruptas e esperanças, assim como acontece no filme, que fala exatamente sobre mudanças abruptas e esperanças. Um momento de inventar novas maneiras de fazer quando as coisas desmoronam. Ser criativo, não interromper o fluxo das coisas. O filme fala exatamente disso também. O que eu mais quero é que o filme chegue às pessoas, e ao maior número de pessoas possível “, diz a diretora Sandra Kogut, que ainda completa, “Existem muitas maneiras de ver filmes, elas não de excluem, se complementam. A sala de cinema é o único lugar onde a gente vive a emoção individual e coletiva ao mesmo tempo. Mas nesse momento não é lá que podemos declarar nosso amor ao cinema. Os drive-ins são uma ideia genial para tempos excepcionais. Se espalharam pelo mundo todo. As pessoas adoram. Eu lembro deles da minha infância. Estou animadíssima em mostrar o filme no drive-in, em todas as telas possíveis, quero que o filme chegue onde ele sempre quis chegar: nas pessoas.”.
TRÊS VERÕES nasceu do desejo da diretora Sandra Kogut falar sobre o que vem acontecendo no Brasil nestes últimos anos através de personagens que estão geralmente num canto do quadro. Ou fora da tela. Os figurantes, os invisíveis. O que acontece com aqueles que orbitam em torno dos ricos e poderosos quando a vida destes desmorona? De que maneira eles sofrem as consequências?
Através do olhar de Madá (Regina Casé), uma caseira num condomínio de luxo à beira mar, acompanhamos o desmantelamento de uma família em função dos dramas políticos que abalaram o país. TRÊS VERÕES se passa ao longo de três anos consecutivos (2015, 2016 e 2017), sempre na última semana do ano, entre o Natal e o Ano Novo, na luxuosa casa de veraneio da família. O personagem de Madá está entre dois mundos, ela é dona da casa sem ser: Madá manda nos empregados, mas é também submissa aos patrões.
Protagonizado por Regina Casé, o elenco conta com Rogério Fróes, Otávio Müller e Gisele Fróes, Jessica Ellen completam o elenco do filme Carla Ribas, Carol Pismel, Wilma Melo, Luciano Vidigal e Daniel Rangel. TRÊS VERÕES é produzido pela República Pureza, em coprodução com a Gloria Films, Globo Filmes, Telecine e Canal Brasil, apoio cultural da UNIP e distribuição no Brasil é da Vitrine Filmes.
TRÊS VERÕES estreou em 91 salas na França, após a reabertura dos cinemas francesas em junho, e também foi lançado na Espanha, na Itália, na Holanda e na Polônia. O filme teve uma longa carreira em Festivais, com estreia mundial no Festival de Toronto e foi exibido pela primeira vez no Brasil na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Também passou pelo Festival do Rio e Antalya Golden Orange Film Festival, na Turquia, onde garantiu à Regina Casé dois prêmios de Melhor Atriz por seu papel como Madá.
SINOPSE:
A cada verão, entre Natal e Ano Novo, o casal Edgar e Marta recebe amigos e família na sua mansão espetacular à beira mar. Em 2015 tudo parece ir bem, mas em 2016 a mesma festa é cancelada. O que acontece com aqueles que gravitam em torno dos ricos e poderosos quando a vida deles desmorona? Através do olhar de uma caseira e de um velho patriarca, ambos vítimas do sonho neoliberal, vemos um retrato do Brasil contemporâneo, imediatamente antes de 2018.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Sandra Kogut
Produção: República Pureza
Produção: Marcello Ludwig Maia e Laurent Lavolé
Coprodução: Gloria Films, Globofilmes, Telecine e Canal Brasil
Produtor Associado: Carlos Diegues
Roteiro: Sandra Kogut e Iana Cossoy Paro
Direção de Fotografia: Ivo Lopes Araújo
Montagem: Sergio Mekler e Luisa Marques
Trilha Original: Berna Ceppas
Direção de Arte: Marcos Pedroso e Thales Junqueira
Figurino: Marina Franco
Maquiagem: Ricardo Tavares
Produção de Elenco: Marcela Altberg
Som Direto: Bruno Armelin
Edição de Som: Tomás Alem e Vincent Guillon
Direção de Produção: Flávia Rosa Borges
Produção Executiva: Marcello Ludwig Maia
Assistente de direção: Lara Carmo
Consultoria: Monica Almeida
Distribuição: Vitrine Filmes
Apoio cultural: UNIP
Elenco:
Regina Casé – Madá
Otávio Muller - Edgar
Gisele Fróes - Marta
Rogério Fróes - Lira
Carla Ribas - Branca
Jessica Ellen - Vanessa
Daniel Rangel - Luca
Carol Pismel - Jana
Wilma Melo - Cida
Luciano Vidigal – Paulo
Edmilson Barros – Elísio
Charles Fricks – João Paulo
Paulo Verlings – Emerson
Glicerio do Rosário – Ribamar
Alli Willow – Jessy
SOBRE A DIRETORA
Sandra Kogut fez seus primeiros trabalhos em 1984 e desde então vem utilizando diferentes mídias e formatos: ficções, documentários, filmes experimentais, instalações. Participou de exposições no Brasil e no exterior. Em 1996 foi uma das criadoras do programa “Brasil Legal”, na Tv Globo, do qual foi a diretora-geral. Realizou a série experimental “Parabolic People” (rodada em Paris, Nova Iorque, Moscou, Tókio, Dakar e Rio) produzida pelo CICV Pierre Schaeffer (França); o curta “Lá e Cá” (com a atriz Regina Casé, co-produzido pela Tv francesa Canal Plus e pela Fundação McArthur nos Estados Unidos), os premiados documentários “Adiu Monde” e “Passagers d’Orsay” (produzido pelo Museu d’Orsay junto com a televisão francesa). Seu documentário “Um Passaporte Húngaro” (França/ Bélgica / Hungria / Brasil) foi lançado nos cinemas brasileiros em 2003, recebendo prêmios internacionais e sendo objeto de estudos e teses em vários países. Seus trabalhos foram premiados em diversos festivais internacionais (Rio, Berlin, Oberhausen, Kiev, Leipzig, Locarno, Havana, Rotterdam e muitos outros) e foram exibidos no MoMA em NY, Guggenheim Museum, Forum des Images em Paris, Harvard Film Archives nos EUA (onde foi realizada uma retrospectiva completa) entre outros. “Mutum” seu primeiro longa-metragem de ficção – baseado no livro “Campo Geral” de João Guimarães Rosa – teve sua estreia mundial no Festival de Cannes 2007, na Quinzena dos Realizadores, recebendo mais de vinte prêmios nacionais e internacionais, e foi lançado comercialmente numa dezena de países.
“Campo Grande” seu último longa-metragem de ficção, uma coprodução Brasil/França, teve estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto e foi premiado nos festivais do Rio, Mar del Plata, Havana, Málaga entre outros. Em 2011/2012 Sandra passou um ano em Berlim como convidada da DAAD Berliner Künstlerprogramm. Foi professora na Escola Superior de Belas Artes em Strasbourg (França) e nas universidades americanas de Princeton, Columbia (Film Program) e University of California San Diego / UCSD. Foi Visiting Scholar na New York University entre 2008 e 2011. Há três anos é comentarista do programa Estudio i, na Globonews.
SOBRE A REPÚBLICA PUREZA
Produtora independente que completa 25 anos em 2020, a República Pureza traz como destaques de sua trajetória filmes como “Amarelo Manga”, “Febre do Rato” e “Big Jato”, de Claudio Assis, “Um Passaporte Húngaro”, de Sandra Kogut, “Erva do Rato” e “Educação Sentimental”, de Julio Bressane, “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante, “Um Filme de Cinema”, de Walter Carvalho, “Faroeste Caboclo”, de René Sampaio, “A Frente Fria que a Chuva Traz”, de Neville de Almeida, e “O Beijo no Asfalto”, de Murilo Benício, entre outros.
Além de “Três Verões”, a produtora tem entre seus lançamentos mais recentes “Domingo”, de Fellipe Barbosa e Clara Linhart, em cartaz nas salas, e “Piedade”, mais novo filme de Claudio Assis. Para o início do próximo ano, dois filmes baseados em romances de Clarice Lispector que coproduziu, “A Paixão Segundo GH”, de Luiz Fernando Carvalho, e “O Livro dos Prazeres”, de Marcela Lorde, e mais o drama “Pérola”, de Murilo Benício, baseado na primeira peça de Mauro Rasi a chegar ao cinema.