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Sandy sem Junior não traz grandes novidades

Apesar de não definir um estilo próprio, a cantora retoma a carreira com levada pop.

V iolão, piano e bateria compõem a trilha instrumental das 12 faixas de Manuscrito, novo álbum de Sandy, que volta com a voz mais tranquila do que há três anos, quando lançou o último disco com o irmão, Junior. O trabalho já está sendo vendido na versão digital, com a fisica prevista para o dia 7 de maio.

Apesar de não definir um estilo próprio, a cantora retoma a carreira com levada pop. Mas já não era esse gênero que ela cantava com Junior, quando deixaram de lado o sertanejo com o álbum Pra Dançar com Você, em 1994? Não. Dessa vez, a estrela deixa o pop adolescente para encarar um vertente mais madura dessa musicalidade, com notas mais simples e com menos recursos vocais.

Toda aquela gritaria, recheada de agudos, ficou para trás. As músicas, todas autorais e produzidas com a ajuda do marido, Lucas, e do irmão, deixam claro que a fase menina, muito presente em canções como Olha que o Amor Me Faz, Encanto, Alguém como Você e outras dezenas de letras que Sandy interpretou durante seus 17 longos anos de carreira, chegou ao fim.

Agora, aos 27 anos de idade e 20 de estrada, a filha de Xororó passa por mais uma prova de sucesso, e cumpre a difícil tarefa de se firmar sozinha e perder o rótulo de princesinha em um novo estilo musical.

Quem já acompanhava a carreira de Sandy poderá perceber algumas semelhanças no repertório. Estranho Jeito de Amar e Abrir os Olhos, gravadas na versão acústica em 2007, no álbum que levava o nome da dupla, chega mais perto do que a cantora se propôs a fazer neste ano.

Quando você ouve Em Quem Eu Sou pela primeira vez, fica até com a sensação de que a voz de Junior vai entrar de fundo, como era de costume. Não dá para saber se é a melodia que se assemelha ao que a estrela já fez com o irmão ou se é porque ainda não nos acostumamos ao fato de ter, de uma vez, só a voz da ex-princesinha do pop.

Cansei de ficar gritando, diz Sandy

O álbum, que não traz nenhum tipo de evolução profissional, é um projeto que retrata muito bem a estrela, que gosta de ser reservada e curte a melancolia, no bom sentido, claro. As letras tristes e os tons melódicos continuam ainda bem presentes.

A dúvida que fica, quando pensamos numa turnê para divulgar este álbum, é de como será ver Sandy em cima de um grande palco. Não dá pra imaginar um show de 1h30 com a levada que ouvimos em Manuscrito.

Não há como negar que a irmã de Junior vai se sair bem, mas lotar uma casa como, por exemplo, o Credicard Hall, em São Paulo, não é tão fácil. Então, "Sandy, "vamo" atender, senão nem no show público vai aparecer?, como gritaram os fãs da cantora que não foram recebidos por ela após a entrevista coletiva.