Pelo menos 378 pessoas morreram após um tumulto em uma ponte de Phnom Penh, capital do Camboja, na noite desta segunda-feira (22), durante as celebrações do fim do Festival da Água, segundo informações do governo do país. De acordo com o porta-voz do governo, Phay Siphan, o número de vítimas ainda pode subir e não há informações de que haja estrangeiros entre as vítimas.
Milhares de pessoas se reuniram na capital nos últimos três dias para participar das regatas anuais, de shows e assistir a queima de fogos de artifício, principais atrações do festival.
Segundo testemunhas, o tumulto começou quando algumas pessoas desmaiaram em meio a multidão que ocupava a ponte da cidade. Algumas acabaram sendo pisoteadas e outras foram jogadas para fora da ponte, que liga Phnom Penh a Diamond Island, uma pequena ilha.
As vítimas foram levadas para o hospital Calmette, um dos maiores de Phnom Penh. O atendimento ficou sobrecarregado pela quantidade de feridos, informaram enfermeiros do centro médico. Fontes dos serviços de emergência indicaram que dezenas de pessoas se lançaram às águas do rio Tonle Sap para evitar serem esmagadas pela multidão.
Na região se encontram vários caminhões militares que estão carregando as pessoas feridas, explicaram testemunhas. Os membros dos serviços de emergência examinavam no meio a noite, com ajuda de lanternas, as margens do rio em busca de sobreviventes, disseram fontes oficiais.
O governo se comprometeu a indenizar as famílias dos mortos em 5 milhões de riéis (cerca de US$ 1.250) e em 1 milhão de riéis (cerca de US$ 250) as dos feridos e a assumir todas as despesas em hospitais.
O primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, declarou dia de luto nacional para a próxima quinta-feira. Ele classificou o episódio como "a maior tragédia" do país desde os massacres do regime Khmer Vermelho, na década de 70.
As autoridades estimaram que cerca de dois milhões de pessoas estiveram no local para celebrar a última jornada do festival, que dura três dias e reúne, nas margens do rio Tonle Sap, uma multidão para homenagear a água e se despedir das monções.
O festival anual, um dos maiores e mais exuberantes do Camboja, marca a inversão do fluxo entre os rios Tonle Sap e Mekong.