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Sonâmbulo ganha R$ 27 milhões após um incidente nu

Donal Kinsella, de 67 anos, moveu uma ação contra a mineradora Kenmare Resources

Um sonâmbulo irlandês receberá indenização recorde de 10 milhões de libras (R$ 27,5 milhões) por ter sido difamado por seus ex-empregadores, após entrar pelado no quarto de uma colega de trabalho.

Segundo o jornal britânico "Guardian", o valor é mais de cinco vezes maior do que qualquer outra indenização já determinada pela Justiça irlandesa em casos de difamação.

Donal Kinsella, de 67 anos, moveu uma ação contra a mineradora Kenmare Resources, que havia divulgado um comunicado público comentando um incidente ocorrido em julho de 2007, durante uma viagem de trabalho a Moçambique. Na ocasião, Kinsella, empregado da empresa, entrou nu no quarto da secretária da empresa, Deirdre Corcoran. O comunicado, explica o jornal "Irish Times", dizia que Kinsella deveria demitir-se do comitê auditor da empresa.

Os jurados do caso consideraram que comunicado dava a entender que Kinsella tinha entrado no quarto da colega com segundas intenções.

Kinsella alegou na corte que é sonâmbulo, e um estudo independente encomendado pela empresa havia concluído que a entrada no quarto da colega não fora feita de forma consciente.

Pagamento

O júri decidiu, na última quarta-feira, que Kinsella deverá receber 9 milhões de libras em compensação de danos e 1 milhão de libras pela gravidade das acusações.

A defesa disse que vai recorrer da decisão e do valor, mas a corte determinou que ao menos 500 mil libras sejam pagas imediatamente ao acusador.

Kinsella comemorou a decisão, alegando que o comunicado público da Kenmare havia feito dele um "motivo de piada" internacional.

Segundo o "Irish Times", o advogado da empresa defendeu que o tom do comunicado era comedido e responsável e alegou que, caso o incidente em Moçambique não fosse explicado claramente, poderia causar danos à empresa.

Até então, a maior indenização determinada pela Justiça irlandesa havia sido de 1,87 milhão de libras, em 2004. O réu no processo foi o jornal "Evening Herald", por reportagens que sugeriam que um ministro estava tendo um caso extraconjugal.

Em editorial, o mesmo "Evening Herald" criticou o valor da indenização a ser dada a Kinsella. "Não há motivo para que uma humilhação (como a sofrida por ele) receba uma compensação milhares de vezes maior" do que indenizações prévias concedidas, por exemplo, a vítimas de erros médicos.