Aos 60 anos, a atriz Sônia Braga continua sendo a mesma figura de fala espontânea que transita entre o jeito espirituoso e as "besteiras de menina", como definiu Caetano Veloso em sua música "Tigresa". Na última terça, participou do projeto "A História da Telenovela", no CCBB, no Rio.
Sônia falou da falta de aptidão para os palcos: "É complicado para um ator dizer isto, mas eu não tenho talento para o teatro", disse.
"A verdade é que não me preocupo muito com o texto, estou mais interessada no resultado visual, no figurino."
Também relembrou a infância pobre e os momentos decisivos para a carreira, como o convite para fazer a novela "Gabriela", de 1975.
A atriz disse que estava acostumada a não ser escolhida para papéis sensuais e na época passou um período sem trabalho, namorando um playboy carioca que era dono de um barco. "Eu andava nua pelo barco, fui ficando morena e meu cabelo cresceu", disse.
Na volta, fez um programa na TV com esse aspecto mais nativo que logo entusiasmou o diretor Walter Avancini, responsável pelo convite.
A atriz também falou de arrependimentos, como o de ter feito a novela "Chega Mais", de 1980, um grande fracasso de audiência. "Diziam que não dava ibope por causa do meu cabelo", disse.