Maníaca por dietas, Daniele Maria Bomfim, 32 anos, já recorreu às mais variadas receitas para perder peso: dieta da lua, da sopa, da gelatina... "Eu vivia com fome, mal humorada e nenhuma delas adiantou. Até emagrecia, mas logo engordava de novo. Por fim, tomei inibidores de apetite, que me causaram hipertensão arterial", diz Daniele, que não tinha ajuda médica. "Só consegui perder mais de 20 quilos com reeducação alimentar e malhação. Aprendi a lição".
Assim como Daniele, muitos radicalizam para conquistar um corpo esbelto, apostando em dietas extremas ou jejum prolongado. E o resultado é a saúde em risco por falta de nutrientes. "Dietas sem orientação médica deixam o organismo mais suscetível a doenças por deficiência no consumo de minerais. Num déficit vitamínico, o corpo fica em estado de fadiga", destaca a médica ortomolecular Luciana Granja.
Algumas das consequências mais comuns dos regimes radicais são: tonturas, fraqueza, anemia, queda de cabelo, irritabilidade e desmaios. Arritmias cardíacas e lesões neurológicas, como perda de memória, também podem ocorrer, assim como transtornos alimentares (anorexia, bulimia, compulsão e ortorexia).
"Pessoas com esses transtornos buscam uma imagem de beleza inatingível, e mesmo aqueles que estão na faixa ou abaixo do peso ideal, se sentem gordos. Esses transtornos devem ser tratados por equipe multidisciplinar, incluindo médicos, psicólogos e nutricionistas", diz o psiquiatra Ervin Cotrik, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ.
Segundo a nutricionista Patrícia Bertoni, da RioGastro, o tratamento para emagrecimento deve ser de médio a longo prazo. "Um programa de reeducação alimentar, levando em conta o estilo de vida, é fundamental. Com um regime que se adapte ao organismo da pessoa, ela perderá peso sem perder a saúde", avisa.
Para ajudar pacientes com o problema, o Frozen Spa, em Itaipava, criou o "personal diet", consultoria nutricional que, além da reeducação alimentar, inclui o acompanhamento do nutricionista nas compras no supermercado.
Dicas para o processo de emagrecimento não virar doença
O que faz bem
- Seja numa dieta hipo ou hipercalórica, deve-se consumir fontes de vitaminas e minerais para o organismo funcionar bem: ferro, cálcio, zinco, magnésio e potássio.
- Consuma frutas, verduras e legumes, grãos e cereais integrais (aveia, centeio, gérmem de trigo, granola), leite e derivados.
- Opte por carnes magras, peixes e frutos do mar. Prepare-os assados, grelhados e, no caso de carne de aves, retire a pele.
- A alimentação diária deve ser dividida em três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e lanches leves intermediários, sempre em horários regulares. O ideal é alimentar-se a cada três horas.
- Comece as refeições pela salada crua, que reduz a sensação de fome.
- Alterne os legumes cozidos com os legumes crus.
- Pratique exercícios físicos para acelerar a sua queima de gordura e não deixe de controlar seu peso regularmente.
O que deve ser evitado
- Alimentos fritos.
- Grande uso de sal e açúcar.
- Queijos amarelos (queijo prato, provolone, muzzarela). Prefira os queijos magros (ricota, queijo branco).
- Consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes e doces. Invista em sucos naturais e opte por frutas frescas em vez de doces.