A performance foi tão boa que não agradou apenas Jorge (Mateus Solano). Como a prostituta Myrna, Aline Fanju se saiu tão bem em Viver a Vida que o que era uma participação de um dia transformou-se em capítulos e mais capítulos. "Nem tive tempo de estudar uma composição. Mas desde o início não queria fazer o estereótipo da garota de programa que roda bolsinha e masca chiclete", conta Aline.
Talvez o histórico da atriz - na ficção, que fique claro - tenha facilitado o trabalho. Em Paraíso Tropical, ela era uma das moças que dava expediente no bordel em que Bebel (Camila Pitanga) trabalhava no início da história. "Já tenho experiência na área", brinca.
Aline acredita que as cenas estão dando certo por conta do entrosamento com Mateus Solano. Eles já têm uma amizade de longa data, do teatro. "Conseguimos mostrar essa intimidade. A nossa troca de olhares é boa", explica a atriz.
Não é à toa que há chances de o rapaz se apaixonar de vez por Myrna. Ainda esta semana, Jorge a presenteia com um ramalhete de flores. O que vai deixar Ingrid (Natália do Valle) desesperada. "Imagina a dureza para uma mãe preconceituosa como ela. Um filho com uma cadeirante e outro com uma prostituta", ironiza Aline.
Como ainda tem Paixão (Priscila Sol) e Suzana (Carolina Chalita) nessa briga, quem vai decidir mesmo o desfecho amoroso da vida de Jorge é o autor Manoel Carlos. Mas Aline faz sua defesa em relação a Myrna. "Seria interessantíssimo se eles se envolvessem de verdade, porque Jorge é considerado o irmão chatinho da história. Ele se exige muito, se cobra demais e, como é julgado por todo mundo, está se vendo como uma pessoa ruim. Myrna pode abrir a cabeça dele e humanizá-lo perante o público, mesmo que no final ele fique com Paixão", defende ela.
Paulista de Ribeirão Preto, Aline, de 30 anos, começou a carreira aos 12, no teatro amador. A partir do dia 20 de março, a atriz vai ter que conciliar seu trabalho na novela com o espetáculo Pão com Mortadela, que reestreia no Espaço Parlapatões, em São Paulo. Se ela está preocupada? "Estou adorando. A gente sempre consegue dar um jeitinho", garante.