A revista QUEM desta semana, que chega às bancas nesta quarta-feira (2) traz uma entrevista com a cantora Wanessa Camargo. Ela respondeu as perguntas dos leitores enviadas ao site da revista. Aos 28 anos, diz estar madura e fala que encontrou seu verdadeiro caminho na música. Nem de longe lembra a adolescente que cantava baladas românticas feitas sob encomenda para rádios populares, que se lançou cantora em 2000, quando assinava, artisticamente, o sobrenome do pai, o sertanejo Zezé Di Camargo. "Eu me sinto mais segura mesmo. O Marcus [Buaiz, seu marido e empresário] me traz muito apoio, muita força. Com certeza, ele tem grande parcela de culpa na minha segurança e confiança", afirmou.
Ela também disse estar cansada de responder perguntas sobre Sandy e sobre o fato de ter tirado o sobrenome Camargo de seu nome artístico. "Quando me perguntam isso, dá vontade de pedir para jogarem no Google (site de buscas na internet) que a explicação vai ser a mesma."
Wanessa também falou sobre as críticas ao seu trabalho. "Eu tenho é que saber separar quem realmente está falando algo construtivo e quem tem problemas ou implicância comigo. Antes, na adolescência, isso me afetava. A gente é um poço de ego na adolescência. Eu já chorei, quando esse ego era ferido. Achava que o mundo estava contra mim (risos). Na adolescência, a gente faz papel de vítima e de sabe-tudo o tempo todo."
A cantora também falou sobre a ditadura da magreza. "Temos que cuidar do nosso corpo para continuar vivendo. Não dá para desrespeitar a natureza. Tem gente que nasceu com predisposição para ter um corpo bem magrinho e tem gente que não. Não queira ser a Gisele Bündchen se você não é. Se quer comer coisas saudáveis, quer malhar, tudo bem. Hoje, eu como bastante e sem engordar. Optei por alimentos saudáveis e estou bem. Não passo mais fome, nunca mais passei mal. Faço shows de uma hora, com dança o tempo todo, com um pique absurdo. A magreza não me trouxe mais felicidade nem mais aprovação. Isso está na sua cabeça."
Leia abaixo algumas das outras perguntas feitas pelos leitores:
Se um dia seu marido a traísse, você o perdoaria?
Vanessa Graciano, Aparecida (SP)
WC: Eu perdoaria uma traição. Tudo é tão variável! Tudo depende do motivo, de como está o relacionamento de vocês naquele momento. Todo ser humano, mesmo com a melhor das intenções, pode cometer um erro. A gente pode se deixar levar pela vaidade. Eu tenho vaidade. Queria muito dizer que não tenho, mas tenho. Não sou perfeita e não acho que a pessoa que está do meu lado tenha que ser perfeita. Ele pode cometer erros, como eu posso cometer erros. Ele pode fazer algo que me machuque. Mas isso não quer dizer que ele não me ame, ou que não possa reverter isso depois. É possível perdoar. Tem muita gente que fica nessa de se preocupar com o que vão pensar. A gente tem que parar de pensar no que os outros vão dizer. Isso é o pior. Na hora de sentir, é você quem sente. A gente nasceu sozinho e vai morrer sozinho. Não tem que ficar pensando no outro. Se vão chamar de chifruda, de corno, isso é a coisa mais ridícula do mundo. Todo mundo está na vida para dar a cara a tapa, para aprender. O casamento é um documento. O que funciona é a união, o amor. Mas tem que perdoar de verdade. Não dá para ficar remoendo.
Em entrevistas antigas, você dizia que queria ter cinco filhos. Vai adotar?
Teo Veiga Lima, Presidente Prudente (SP)
WC: Ah, já mudei de ideia. Não quero mais cinco filhos, não. Mas adoção eu acho lindo. Não sei se vou conseguir adotar uma criança. Até porque, sendo casada, é uma decisão que não cabe só a mim. Adoraria poder fazer isso. Não para mostrar nada a ninguém, mas de coração. Mas ainda é muito cedo. Pode ser que, quando eu tiver meu filho biológico, pense em adotar um segundo. Mas eu e Marcus nunca paramos para conversar sobre isso. Ainda leva um tempo.
Lembro que vi seu Família MTV (2004), em que você dizia que, se comia muito em um dia, passava dias sem comer depois. Estou bem magra mas não consigo comer, sempre acho que vou engordar. Como você conseguiu passar por isso?
L.L, por e-mail
WC: Naquele época, eu fazia todos os regimes, da lua, dos pontos. Vivia numa constante neurose. Se eu engordasse um quilo, não queria sair de casa. Dizia que não tinha roupa para vestir. Eu cheguei a passar mal no colégio, pois ficava o recreio inteiro comendo apenas uma uva. Uma vez, roubei remédio para emagrecer de uma amiga. São coisas que podem parecer bobas, mas temos que ficar de olho. Emagreci muito, fiquei neurótica com malhação, queria malhar o tempo todo e correr, tive estafa muscular. Não cheguei a ter diagnosticada anorexia, mas tive o princípio de um distúrbio, sim, e foi muito difícil. O que tenho para te dizer é: procure ajuda. Isso não dá para resolver sozinha. Seja sua melhor amiga, sua mãe... Conte a alguém. Não esconda. Conte que não está conseguindo comer, vá atrás de um médico. Hoje, estou com 48 quilos e 1,60 metro e estou saudável, comendo muito bem.
Não entendo o motivo de você defender tanto os homossexuais. Como é que você luta por eles se você não é gay?
Sandra Aparecida Torres, Rio de Janeiro (RJ)
WC: Quem disse a você que não sou gay? Quem disse a você que ser gay é só gostar do sexo oposto? Para mim, ser gay é estado de espírito. Homossexual é gostar do mesmo sexo. Eu não tenho atração por mulheres, tenho por homens. Mas isso não me faz menos gay que muita gente. O gay, para mim, é alguém que luta todos os dias contra a intolerância, é uma pessoa que entende que o mundo é feito de diferenças. E eu me vejo assim. Eu me identifico. Então, posso dizer que tenho o comportamento e a mente gays.
Como você lida com o dinheiro?
Lívia Santos, Salvador (BA)
WC: Eu sou oito ou oitenta! Às vezes, passo seis meses sem comprar um alfinete para não gastar nada a mais. Mas basta uma viagem ou uma loja de que eu goste muito que aquele bichinho do consumismo acaba ficando solto! O que aprendi é fazer compras certas: coisas de que você realmente precisa e que vai usar. A pior coisa é gastar um dinheiro em algo e dizer ?para que eu comprei isso??. Mas eu sei me controlar muito bem. O meu financeiro, pessoal e de carreira, eu mesma cuido. Sei o que está entrando e o que não está, o que tenho que pagar neste mês, o que vai vencer em três meses, sei dos meus investimentos e até das contas de casa que eu pago.