Para a polícia, “Filipe Ret vive no Brasil como se estivesse na Califórnia” e aproveita sua fama “para livremente usar e fornecer drogas”. O rapper foi alvo de buscas nesta terça-feira (19) no inquérito sobre uma suposta distribuição gratuita de cigarros de maconha em uma festa na Zona Sul do Rio, há cerca de um mês.
No inquérito, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE-RJ) considera que Ret “despreza proibições existentes no Brasil” e “reforça a falsa ideia da seletividade do sistema”.
Rapper não comentou buscas
Filipe Ret deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, sem prestar depoimento no início da tarde desta terça-feira (19).
Segundo o delegado Marcus Amin, titular da DRE, Filipe Ret se reservou ao direito constitucional de se manter em silêncio e assinou um termo circunstanciado em que assume o compromisso de participar de todos os atos do processo junto ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
O delegado acrescentou que todo o material apreendido durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em cinco endereços ligados ao rapper será analisado por agentes da especializada e passará por uma perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
O rapper chegou à Cidade da Polícia no fim da manhã a fim de prestar esclarecimentos. Antes de entrar, Ret falou a repórteres sobre sua agenda de shows e sobre o lançamento de um single. Ele nada disse sobre a investigação.
Momento em que @FilipeRet é acordado por policiais em Angra dos Reis #openmaconha #filiperet #droga https://t.co/7A4BXQPSoN pic.twitter.com/9TyzPLLi3m
— Grupo Meio Norte de Comunicação (@meionorte) July 19, 2022
Como foi a operação
O cantor estava em Angra dos Reis e foi acordado por policiais civis. Segundo o delegado-adjunto Rodrigo Coelho, Ret “ficou surpreso”, mas “se comportou de forma urbana” ao receber os policiais.
O celular dele foi apreendido, e o cantor será autuado por porte de entorpecentes.
Agentes saíram para cumprir no total cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor no RJ, como um estúdio em um prédio no Flamengo, e na casa de shows Vivo Rio.
No edifício do Flamengo, a equipe apreendeu maconha e material para enrolar cigarros. A quantidade não foi informada pela polícia.
A sala no Flamengo teve de ser aberta por um chaveiro, pois estava vazia. A polícia já sabia que Ret tinha ido a Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, onde se hospedou em um resort de luxo.
Outro local alvo de busca foi o Vivo Rio. De acordo com os investigadores, a administração da casa de shows se negou a fornecer, na íntegra, as imagens da festa “Open Beck” de Filipe Ret.
Em nota, o Vivo Rio disse que “colaborou e continua colaborando com todo o processo de investigação para este caso”. “As imagens do circuito interno de segurança da casa de espetáculos foram cedidas assim que foram solicitadas”, afirma a nota.
‘Open Beck’
A investigação começou no fim de junho, quando o próprio rapper postou em suas redes sociais fotos e vídeos de uma festa no Vivo Rio. No evento, chamado “Open Beck” (maconha liberada, na tradução livre), no último dia 21, Ret supostamente ofereceu maconha para os convidados.
A polícia pediu as buscas para identificar outros possíveis envolvidos: “Fornecer droga, ainda que gratuitamente, é tráfico”, diz o delegado titular da DRE, delegado Marcus Amim.
Com o material apreendido, os agentes darão continuidade ao inquérito para identificar todos os envolvidos no crime em apuração.