O ator Juliano Cazarré anunciou pelo Instagram nesta quarta-feira, 22, o nascimento da filha, Maria Guilhermina. Na publicação, o artista contou que a mãe da menininha, a bióloga e jornalista Letícia Cazarré, deu à luz na terça (21), e que a neném veio ao mundo com uma cardiopatia congênita rara conhecida como Anomalia de Ebstein.
O cardiologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Vinicius Menezes, explicou o que é a Anomalia de Ebstein, quais as possíveis causas e tratamentos. Entenda:
1) O que é a Anomalia de Ebstein? Quão rara ela é?
A Anomalia de Ebstein é uma cardiopatia rara da válvula tricúspide, afetando apenas um em cada 10 mil bebês, com distribuição igual entre meninos e meninas. Quando ocorre a Anomalia de Ebstein, a válvula tricúspide é malformada e fica posicionada em uma posição muito baixa, permitindo que o sangue escape para trás a partir do ventrículo para o átrio.
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2) O que causa esta anomalia? Há alguma predisposição genética?
Existem estudos que indicam maior risco de Anomalia de Ebstein quando as mães utilizam alguns fármacos (lítio, por exemplo) ou naquelas mães portadoras da síndrome de Wolff-Parkinson-White. Contudo, (os estudos) ainda não são conclusivos.
3) Como ela é descoberta? Quais os sintomas e consequências?
O diagnóstico é feito pela ecocardiografia fetal ainda no acompanhamento pré-natal ou ecocardiografia convencional em crianças, adolescentes ou adultos. Essas anormalidades causam insuficiência cardíaca congestiva, um refluxo sanguíneo que resulta em acúmulo de líquido nos pulmões e fluxo insuficiente de sangue oxigenado para o corpo.
4) Como é feito o tratamento?
A maioria das crianças com uma forma mais branda da Anomalia de Ebstein pode ser tratada com medicação que controla a insuficiência cardíaca congestiva ou os ritmos cardíacos anormais. Mas, se a condição da criança é grave, causando arritmia ou baixos níveis de oxigênio (cianose), a cirurgia será provavelmente necessária.
5) Como é a recuperação após a cirurgia?
Com a evolução da Medicina, houve aumento da sobrevida de pacientes com cardiopatias e a recuperação após abordagem cirúrgica nos centros especializados tem se tornado cada vez mais favorável. Eventualmente, os pacientes conseguem viver com baixos sintomas ou sem sintoma nenhum.
Já Daniel Rabischoffsky, cardiologista pela Uerj e especialista em cardiologia e ecocardiografia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, destaca ainda que o brasileiro Jose Pedro da Silva desenvolveu em 1993 uma das técnicas consagradas no tratamenro de tal anomalia conhecida como "cirurgia do cone", capaz de corrigir a insuficiência da válvula tricúspide sem substituir a válvula.