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Palestra com Nara e Tereza Melo traz tecelagem artesanal da Trapos e Fiapos

Tereza Melo contou que a busca pelos Teares surgiu em Nova Santa Rita, ao Sul do Piauí, devido a necessidade de fonte de renda

Iniciando as atividades do segundo dia de evento do Piauí Moda House, as empresárias Nara Melo e Tereza Melo, da Trapos e Fiapos, contaram um pouco da história da origem da tecelagem na família e como surgiu a empresa, durante a palestra “Tecendo Transformações: A Jornada de Sucesso Sustentável da Trapos e Fiapos na Tecelagem Artesanal”.

Tereza Melo contou que a busca pelos Teares surgiu no povoado Nova Santa Rita, zona rural de Teresina, devido a necessidade de fonte de renda. Ela explicou que na cidade não havia o instrumento, e que assim  iniciou uma jornada atrás dos teares, encontrando somente no Ceará. 

“Eu lembrei dos teares, de quando eu era criança. Lá em Santa Rita se plantava algodão, se fiava o fio e se tecia rede. Chamava-se de rede de três panos. Não havia teares, então eu fui a Pedro II. Quando eu cheguei lá, o TEA era outro, possuía um outro jeito de tecer. Não era da cultura de lá e é u não queria interferir na cultura local. Porque quando a gente trabalha, as coisas que são das raízes da gente, tudo flui mais fácil. Então eu fui para Fortaleza e encontrei uns teares de segunda mão semelhantes àqueles”, disse a empresária.

Segundo ela, em Santa Rita não havia carteira de trabalho assinada, e as  mulheres trabalhavam o dia inteiro e ganhavam meia diária. “Foi uma preocupação nossa de inserir uma coisa mais justa, pensar numa coisa que trouxesse benefícios em todos os níveis. Não só no bolso, mas também no reconhecimento do trabalho, do ser humano. Então nós começamos o tapete. Um dia, eu disse pro meu marido que meu dinheiro não estava dando, ele me levou até a garagem e tinha um monte de rede, e disse ‘olha aí seu dinheiro, o que você vai fazer com isso?’ Bom, eu me dei conta que eu precisava vender’’, esclareceu Tereza Melo.

A tapeçaria feita a mão, com um desenho único, dupla face, durável, lavável e com tecnologia verde, a Trapos e Fiapos traz inovações com uma identidade única e autêntica do Piauí. Nara Melo utilizou como exemplo a coleção Santa Rita, cujas fotografias foram feitas com os artesãos e os filhos, do jeito que eles se arrumaram, na posição que eles quiseram, em uma garagem, com o mínimo de produção. 

“A preocupação que a Trapos e Fiapos tem é de ser autêntica, ser exatamente como nós somos. Não ser a cópia de ninguém, nem parecido com ninguém, ser só a gente. Então, quando a gente produz uma foto, uma foto precisa ser muito bonita, mas ela precisa traduzir a verdade, porque senão fica muito distante do produto final. Essa coleção, fotografada pelo Irineu Santiago, que é um excelente fotógrafo do nosso estado, foi feita com um mínimo de produção. E essa coleção, eu achei que ficou muito lindo o resultado, e essa foto aqui específico”, destacou Nara Melo.