Se h? atleta capaz de provar que dificuldades n?o s?o capazes de impor limites para quem tem determina??o esse ? C?sar Almeida. A origem de classe m?dia e o fato de jamais ter contado com patroc?nio que n?o fosse o da fam?lia n?o foram p?reo para a for?a de vontade desse cavaleiro que vai representar o Brasil nas competi?es de saltos dos Jogos Pan-Americanos do Rio.
Cesinha, que nasceu em S?o Paulo, foge do padr?o dos cavaleiros brasileiros, que herdam da fam?lia o gosto pelo hipismo. ?S? lembro que, quando era crian?a e ia para a praia, enquanto meus irm?os queriam brincar de carro e moto eu queria um cavalo.?
O interesse de Cesinha fez com que o pai, o qu?mico industrial J?lio C?sar Santos de Almeida, encontrasse um jeito de incentivar o filho. ?De todos os irm?os, s? meu pai n?o tinha seguido carreira no Ex?rcito e sonhava que um dos filhos desse continuidade ? tradi??o. Ent?o, resolveu me matricular no Col?gio Militar, no Rio. L?, os alunos eram obrigados a escolher uma arma e, obviamente, escolhi a Cavalaria.? Enquanto fazia o ensino m?dio, Cesinha aprendeu os fundamentos do salto e se empolgou. Tanto que decidiu voltar para S?o Paulo e se tornar cavaleiro.
Mas, para quem vem de fam?lia classe m?dia, fazer carreira no hipismo, um esporte caro, ? complicado. ?Meu pai arrumou um lugar para eu montar e fazer aulas. Pouco tempo depois, comprou o cavalo para mim.? Desafio maior estava por vir. Quando come?ou a competir, as provas de hipismo n?o pagavam bons pr?mios e, para bancar as despesas, a sa?da foi dar aulas de equita??o. O dinheiro n?o era suficiente para investir em cavalos que pudessem lev?-lo a t?tulos. Para piorar, o fato de n?o pertencer a uma fam?lia tradicional tamb?m era empecilho. ?Sempre era encostado e n?o foram poucas as vezes em que tive minhas inscri?es recusadas nos concursos por n?o ser conhecido.?
Hipismo Rural
O cavaleiro, ent?o, resolveu seguir por outro caminho. ?Passei a me dedicar ao hipismo rural, sem deixar o hipismo cl?ssico de lado.? Cesinha se mudou para Indaiatuba - treinava em Campinas. De l?, foi para Aruj? e depois voltou a dar aulas em S?o Paulo. ?Apesar de competir regularmente, nunca me convidavam para torneios na Sociedade H?pica Paulista. Cheguei at? a ter uma certa dificuldade para que o meu t?tulo fosse aceito na H?pica de Santo Amaro?, lembra.
Enquanto dava aulas em Santo Amaro, Cesinha tamb?m lecionava em um haras da capital. Foi quando a grande chance apareceu. ?Acompanhei o dono do haras ? Europa e o ajudei a escolher um cavalo, o Jolly Boy.? No retorno, a surpresa. ?Logo que voltamos, o dono do haras mandou todos os cavalos para Minas Gerais.?
Abatido pelo epis?dio, que coincidiu com a morte do pai, Cesinha quase desistiu do hipismo. Para piorar, era dif?cil manter a fam?lia como professor de equita??o na capital - as aulas praticamente eram reduzidas a zero na ?poca das f?rias . ?Resolvi investir na ?rea de hotelaria.? O cavaleiro arrendou um hotel em Itapecerica da Serra e, durante um ano, montou apenas por hobby. Mas n?o conseguiu ficar muito tempo longe das competi?es. A paix?o pelo esporte foi mais forte. ?Conheci Fast Food, uma ?gua que j? tinha passado por v?rios bons cavaleiros sem dar grandes resultados. Fiz uma proposta ao propriet?rio, que inicialmente a recusou por estar abaixo do pre?o. Depois, acabou concordando. E minha m?e emprestou o dinheiro.?
Com Fast Food, Cesinha conseguir ser campe?o brasileiro s?nior em 2001. ?Foi a? que come?aram a surgir oportunidades de contar com bons cavalos?, lembra o cavaleiro. Em 2003, conseguiu uma das vagas na equipe do Brasil que foi aos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo. Na ocasi?o, ajudou o Pa?s a conquistar vaga para a equipe na Olimp?ada de Atenas, em 2004.
Tapete
Na volta da Rep?blica Dominicana, Cesinha achava que os piores dias j? haviam ficado para tr?s e, talvez, pudesse dar in?cio a uma nova etapa, contando n?o s? com o patroc?nio de seus cavalos - cujos gastos j? vinha