O Rio tem nesta sexta-feira (5) o maior desafio de segurança e mobilidade na Olimpíada: transportar os 45 chefes de Estado do antigo Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio, e levá-los ao estádio do Maracanã, onde às 20h está prevista para começar a cerimônia de abertura da 31ª edição dos Jogos Olímpicos - a primeira da história na América do Sul.
Um forte esquema de segurança foi montado para a solenidade de abertura, para garantir a segurança de autoridades como o presidente francês, François Hollande, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o presidente em exercício do Brasil, Michel Temer.
A cerimônia de abertura deve receber 80 mil pessoas - sendo mais de 11 mil atletas - no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
Nesta sexta e nos próximos 16 dias do evento, o Centro Integrado de Comando e Controle Regional, no Centro, servirá como coração da segurança da Rio 2016.
“Existem algumas peculiaridades que foram trabalhadas para se minimizar o risco. Uma dessas é a chegada em conjunto das autoridades”, afirma o subsecretário de comando e controle, Edval Novaes. O número de agentes de segurança envolvido para a cerimônia é mantido sob sigilo.
Ameaças de terrorismo
A ameaça de terrorismo é apenas uma das dificuldades consideradas para garantir a segurança dos Jogos. Os recentes atentados em diversas partes do mundo, como em Nice, Istambul e Frankfurt, deixaram os setores de segurança ainda mais atentos.
As recentes prisões de suspeitos de terrorismo foram levadas em conta, mas o alerta no Centro Integrado de Comando e Controle continua no nível amarelo, o segundo em uma escala de quatro níveis, que ainda possui as cores laranja e vermelho, alerta máximo.
“O maior problema é a simultaneidade de eventos, campeonatos mundiais com os maiores atletas do mundo, em uma época relativamente conturbada com relação ao terrorismo em vários países do mundo”, explicou.
Desde a última terça-feira, havia pelo menos 3,7 mil câmeras à disposição do Centro Integrado de Comando e Controle. A expectativa é que este número seja até 62% maior no dia da abertura e até o final da Olimpíada, em 21 de agosto. O esquema de alerta total no CICC volta a funcionar entre a última semana de agosto e 18 de setembro, dia do encerramento da Paralimpíada. “Teremos, neste dia, até 6 mil câmeras à disposição, isso sem contar as 1,2 mil viaturas equipadas com câmeras”, afirmou o subsecretário.
A rotina do Centro vem sendo intensa desde a ativação do Centro Regional, em 24 de julho, quando representantes de 21 instituições se instalaram no local. Desde o início de maio, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, trocou a sede da pasta pelo CICC, na Praça Onze, Centro do Rio.
Sete mil ligações por dia
Casos de suspeita de bomba, como o relatado em uma composição do VLT no Santos Dumont, representam apenas uma das 7 mil ligações que são transferidas diariamente para o CICC, através do número 190. "Cerca de 30% delas se transformam em ocorrências, em que a viatura se desloca até o local", explicou.
Balões de monitoramento
Pelo menos 4 balões de monitoramento serão utilizados para cobrir as principais áreas de competições da Olimpíada: Deodoro, Quinta da Boa Vista, Rio Centro e Jóquei. Três deles (Deodoro, Rio Centro e Jóquei) pertencem à PM, e um à Guarda Municipal.
Os balões ficam a 230 metros de altura e podem fazer imagens em uma área de até 13 km². "É um tipo de tecnologia muito nova, que será utilizado pela primeira vez para a segurança de uma Olimpíada", afirmou ele.
Efetivo
No total, 21 instituições são responsáveis pela organização da segurança do evento, com custos estimados em R$ 1,5 bilhão entre 2012 e 2016. Oitenta e cinco mil agentes vão participar da segurança dos Jogos, entre 5 de agosto (início das Olimpíadas) e 18 de setembro (fim das Paralimpíadas).
Quarenta e sete mil homens estarão no evento na área de segurança pública, responsável pela segurança de autoridades, segurança viária e de tráfego, policiamento ostensivo nas ruas, defesa civil, segurança das instalações, polícias judiciária e marítima, repressão a crimes cibernéticos, vistorias e contramedidas de explosivos, cooperação policial internacional, serviços de inteligência e enfrentamento ao terrorismo.
No eixo da Defesa, 38 mil agentes estarão responsáveis por ações aeroespaciais, marítimas e fluviais, segurança e defesa cibernética, ações de transporte aéreo logístico, fiscalização de explosivos, proteção de estruturas estratégicas, emprego de forças de contingência e ações aeroportuárias.