A medalha é bem-vinda, mas Abner Teixeira não quis fazer média. Depois de perder na semifinal olímpica para o cubano Julio La Cruz, o peso pesado brasileiro foi "sincerão" ao comentar a derrota, mesmo sabendo que o bronze estava garantido, já que no boxe não há disputa de terceiro lugar.
- Isso vai ficar chato de dizer na TV, mas 'tô' p*** né? Ninguém gosta de perder, especialmente eu, odeio perder. Trabalho para não acontecer isso. Mas pelo fato de ser medalhista, fico feliz, era o que tinha me proposto a fazer. É a realização de um sonho, de querer estar aqui, participar de uma Olimpíada e não só isso, ganhar uma medalha - afirmou o paulista.
O lutador de Santo Amaro-SP admitiu que não conseguiu impor seu melhor jogo. Ele creditou o cubano, tetracampeão mundial e medalha de ouro olímpico na Rio 2016, por implementar melhor sua estratégia e não permitir que ele jogasse na sua distância preferida.
- Ele soube usar a experiência dele bem. Eu estava me sentindo muito bem para essa luta, não tem desculpa, nem lesão, nada. Trabalhei da melhor forma possível, a luta ficou um pouco agarrada, acho que foi a estratégia dele, não estava conseguindo boxear. Ele acabou parando comigo na curta, não estava esperando. Mas mesmo sem esperar, eu estava pronto, fiz o que consegui fazer. Tentei explodir, acertar o corpo dele, minar o gás dele, mas ele acabou sendo melhor.
Mal saiu do ringue, Abner já vira a chave para outros dois compromissos ainda em 2021. E também já está de olho em Paris 2024.
- Mês que vem tenho o Campeonato Mundial Militar na Rússia. Saindo daqui, vou iniciar diretamente meus treinamentos para o campeonato. E depois desse campeonato, em outubro, eu tenho o Campeonato Mundial de Boxe, em Belgrado, que é minha outra meta, ser campeão mundial de boxe. Vamos atrás dessa outra meta. (...) Paris vai ser melhor, tenho certeza.
Abner levou a quarta medalha de bronze do boxe brasileiro na história dos Jogos Olímpicos: além dele, Servílio de Oliveira (Cidade do México 1968) e Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão (Londres 2012) também conquistaram esta medalha. A seleção brasileira tem ainda mais duas medalhas garantidas em Tóquio, com Hebert Conceição e Bia Ferreira, já classificados às semifinais em suas categorias.