Adriano deixará o Flamengo nesta terça-feira. E de bolsos vazios. Com seguidas punições e deslizes em seu comportamento, o jogador não recebeu nenhum centavo a que teria direito pelos mais de 100 dias de contrato com o rubro-negro - cerca de R$ 150 mil (R$ 50 mil por mês) pelo período.
E o rubro-negro desistiu de qualquer negociação para viabilizar um pagamento e manter seu contrato após a polêmica da última segunda-feira. Na ocasião, o Imperador quebrou um acordo verbal firmado com o clube e anunciou, por conta própria via assessoria de imprensa, que não jogaria neste ano e só voltaria ao futebol em 2013.
O comportamento de Adriano no caso foi a senha para que a diretoria perdesse de vez a paciência e decidisse pela rescisão contratual no vínculo que iria até o dia 21 de dezembro. A decisão oficial, porém, só será anunciada na entrevista coletiva marcada para a tarde desta terça-feira, no CT Ninho do Urubu.
O diretor executivo de futebol do clube, Zinho, chegou a cogitar mudar a cabeça de Adriano em uma conversa com o Imperador na data marcada para sua reapresentação, mas também desistiu de ver o jogador em campo pelo Flamengo.
No comunicado divulgado na manhã de segunda, Adriano, além de revelar que só voltaria ao futebol em 2013, disse que poderia jogar longe do Rio de Janeiro. Em seguida, em nova nota da sua assessoria, disse que "se dependesse dele, continuará ano que vem no Clube de Regatas Flamengo".
A verdade, porém, é que nenhuma das duas partes deseja mais a união. Enquanto o Flamengo pretende esquecer o fracasso e estuda os últimos detalhes para a rescisão, Adriano não quer mais ter que encarar a rotina de treinos no rubro-negro e as seguidas cobranças sobre sua vida fora das quatro linhas.
Sem dinheiro, sem prestígio, sem jogar e com o relacionamento cada vez mais abalado junto à diretoria, o Imperador deixará o clube novamente. O Flamengo, por sua vez, mesmo evitando os prejuízos financeiros, tenta minimizar a derrota moral de não ter recuperado um de seus principais ídolos recentes.