Os norte-coreanos têm a cintura dura. Com a bola nos pés não apresentam grande habilidade. Mas no despiste à imprensa e aos torcedores, eles são mestres. Durante amistoso contra a Nigéria, no último domingo, no estádio Makhulong, em Midrand, cidade entre Joanesburgo e Pretória, na África do Sul, os representantes da Fifa no local avisaram que, nesta segunda-feira, pela primeira vez, o treino do primeiro adversário do Brasil na Copa do Mundo seria aberto. Havia até a possibilidade de uma entrevista coletiva, provavelmente do treinador.
Ficou apenas na promessa. Os jornalistas que viajaram cerca de uma hora até Tembisa, comunidade carente de Midrand onde fica o estádio de Makhulong, deram com a cara no portão trancado. Os policiais que guardam o lugar tinham ordem de não deixar ninguém passar. Depois de alguns minutos de negociação, os portões foram abertos para a mídia. No entanto, quando o ônibus da delegação coreana entrou no estacionamento, veio a ordem:
- Todos para fora. O treino será fechado - determinou um dos policiais.
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Frustração para jornalistas e também para um grupo de meninos que moram em Tembisa e que queriam entrar no estádio. Os garotos são do time de uma escola local e o professor de educação física tinha esperança de mostrar aos alunos como uma seleção de Copa do Mundo treina.
- Acho que seria importante para eles. Mas essas pessoas (norte-coreanos) são muito fechadas - lamentou.
Um dos membros da delegação coreana prometeu que, nesta terça-feira, enfim, a Coreia do Norte fará um treino aberto, no mesmo lugar, às 16h30m (horário local), 11h30m no horário de Brasília.