Pelo segundo ano consecutivo, o Flamengo está eliminado da Copa São Paulo de Futebol Júnior logo na fase de grupos. Com o apoio da torcida, o América de Rio Preto segurou o empate por 2 a 2, na noite desta sexta-feira, no estádio Benedito Teixeira, em São José de Rio Preto, e ficou com o primeiro lugar do Grupo E.
O time anfitrião terminou com sete pontos, contra cinco do Rubro-Negro, que não conseguirá uma vaga entre os sete melhores segundos colocados, que também avançam à segunda fase. Acabou fazendo falta ao time carioca a vitória na estreia, quando o time perdeu muitos gols e ficou no empate por 0 a 0 com o Rondonópolis.
O América pega na segunda fase o primeiro colocado do Grupo F, que será decidido na manhã deste sábado, em Penápolis: o Penapolense enfrenta o Juventude, às 9h, e o Náutico enfrenta a Portuguesa, às 11h. Náutico e Juventude dividem a liderança, com quatro pontos, contra um dos times paulistas, que ainda têm chances pequenas de classificação.
No talento
O Flamengo entrou em campo mais preocupado em atacar., já que precisava da vitória para ficar com o primeiro lugar do grupo e avançar à próxima fase. Mas o time mostrou as mesmas falhas das partidas anteriores, como a falta de criatividade para criar jogadas e a pouca eficiência nas finalizações.
O América, que jogava pelo empate, seguiu o manual da boa retranca: uma marcação bem postada na frente da área e atacantes rápidos prontos para escapar em contra-ataques.
A armadilha deu certo bem cedo: aos sete minutos, o volante Vitor Hugo se atrapalhou numa saída de bola, o artilheiro Luan "bateu-lhe a carteira" e escapou para a área, driblando o goleiro Caio antes de tocar para o fundo da rede. Foi o quinto gol do atacante, que tinha marcado quatro vezes na goleada por 6 a 0 sobre o Rondonópolis, na última terça-feira.
Mas ainda havia muito tempo, e o Flamengo, se não tinha qualidade técnica, mostrava valentia e garra. Com um jogo mais baseado nos talentos individuais do que no entrosamento, o time levou perigo ao gol do América em vários momentos e chegou ao empate aos 33 minutos: Renan Donizete fez jogada na entrada da área e bateu de bico, na saída do goleiro Toni.
Com o placar igual, seria a hora de o Flamengo pressionar ainda mais e buscar a virada, mas o América foi mais esperto e encaixou outro bom contra-ataque. Guilherme Ratinho aproveitou bola roubada na defesa, escapou em velocidade e abriu para Kairon, que entrava livre pela direita, bater forte, de primeira, com uma leve curva, sem chance para Caio.
Pressão e tensão
No segundo tempo, o cenário se manteve, com o América mantendo a marcação forte e o Flamengo insitindo em jogadas individuais e em tabelas curtas. Nem mesmo a presença de Lorran, remanescente do time campeão da Copinha em 2011, que se recuperou de lesão e fez sua estreia na competição durante o primeiro tempo, ao entrar no lugar de Vitor Hugo, mudou muito o perfil da equipe, que visivelmente sentiu a falta de entrosamento.
As principais chances do time carioca acabaram sendo em jogadas de bola parada, provocadas pelas jogadas individuais. Aos 19, Rodolfo bateu falta de longe e mandou uma bomba por cima do gol. Aos 23, Rafinha cobrou falta para a área, e Toni saiu mal, mas nenhum rugro-negro apareceu para tentar aproveitar o rebote.
O jogo virou praticamente de um time só, com o América arriscando cada vez menos e segurando a bola ao máximo, enquanto o Flamengo era correria pura. O nervosismo cresceu, com desentendimentos entre os jogadores e uma ou outra entrada mais dura.
Esperança e decepção
Aos 29, a esperança rubro-negra se reacendeu graças a um nome com "cheiro" de gol,. Digão fez ótima jogada pela direita e cruzou. Romário subiu mais alto que os defensores do América para cabecear seco para as redes.
Precisando da vitória, o time nem comemorou: foi para cima em busca da virada. No minuto seguinte, em outra jogada pela direita, agora de Rafinha, Renan Donizete cabeceou mascado com um zagueiro, e a bola acertou a trave. Aos 33, após cobrança de escanteio, Rafinha bateu forte por cima do gol.
Valente, o América fez o que pôde para espantar a pressão. Catimbou a cada falta sofrida, segurou a bola no ataque e deu chutão. O Flamengo continuou tentando e, aos 41, Toni saiu mal num cruzamento, e a bola sobrou na área, mas Romário tentou uma bicicleta fraca, facilmente defendida pelo goleiro. No minuto seguinte, Rafinha arriscou de fora da área, e dessa vez Toni fez uma defesa segura.
Aos 43, a última grande chance. Após cruzamento da direita, Romário não alcançou, e Rafinha, que apareceu livre no segundo pau, cabeceou por cima. Depois desse lance, o goleiro Toni pediu atendimento, alegando cãibra na coxa direita, e esfriou o Flamengo, que só chegou com perigo mais uma vez. Aos 50 minutos, após cruzamento da esquerda, Renan cabeceou, e Toni fez linda defesa - mas o auxiliar já tinha parado o jogo, alegando impedimento.
No desespero, aos 51, Rodolfo cobrou falta do meio-campo. Na área, Lorran cabeceou, mas Toni foi buscar no cantinho. Logo depois, o juiz Guilherme Ceretta encerrou a partida - e a participação do Flamengo na edição 2013 da Copa São Paulo.