A preparação da Ponte Preta para enfrentar o Corinthians terminou de maneira conturbada. Conhecido pela personalidade forte, o atacante Rildo deixou o clima tenso ao discutir com o técnico Jorginho e ser expulso do treino da tarde desta terça-feira, no Estádio Moisés Lucarelli (assista à confusão no vídeo ao lado). Existe o risco de o jogador acabar afastado pela diretoria. Contra o Timão, nesta quarta, às 21h50, no Majestoso, ele já está fora até do banco.
Os testes de Jorginho no time titular durante o coletivo foram os motivos da insatisfação de Rildo. Depois de começar entre os reservas, o atacante entrou no lugar do volante Alef, mas voltou à equipe de baixo após cerca de 15 minutos. O pouco tempo para mostrar serviço revoltou Rildo, que foi à linha lateral para beber água e aproveitou para reclamar com o auxiliar Marcelo Cabo.
- Se for para jogar 10 minutos só, me deixa no DM (departamento médico) tratando ? disse o jogador, em referência às dores no joelho que tem sentido.
Cabo pediu para Rildo parar, mas o atacante continuou falando. Em vão, Chiquinho também tentou acalmar o companheiro. Foi quando Jorginho se deu conta da reação e perguntou o que estava acontecendo. Rildo rebateu e foi expulso. Na saída do gramado, jogou o colete no chão e seguiu resmungando até descer o túnel para o vestiário. Brian Sarmiento foi chamado para substituí-lo entre os reservas.
O episódio causou desconforto entre os jogadores, que desaprovaram a atitude de Rildo. O atacante William, aliás, se virou para o gerente de futebol Marcus Vinícius e balançou a cabeça negativamente. Na entrevista coletiva após a atividade, Jorginho criticou o comportamento do atleta, pediu uma punição, mas deixou a decisão nas mãos da diretoria.
- Foi uma atitude infeliz, uma falta de respeito comigo, com a comissão técnica e com os companheiros. No contrato não está que o jogador tem de ser titular. Eu avisei que ia testar duas formações, mas ele queria trabalhar o tempo todo. Foi um ato de indisciplina que precisa ter uma repreensão. O grupo ficou inconformado com a atitude. Tenho certeza que os próprios companheiros vão conversar com ele. Vou deixar com a diretoria para tomar as decisões necessárias. O Rildo não é mais importante que a Ponte ? afirmou o comandante alvinegro.
Uma polêmica atrás da outra
Rildo ficou marcado por dar um chute no árbitro Cláudio Francisco Lima e Silva durante um jogo da Série B de 2011, quando defendia o Vitória. A agressão lhe custou 90 dias de suspensão. O atacante voltou a atuar pela Ponte no empate por 1 a 1 com o Flamengo, no último domingo, depois de ficar afastado por duas semanas devido a uma entorse no tornozelo.
Com a crise no Campeonato Brasileiro, as polêmicas também têm caminhado lado a lado com a Ponte Preta. No último domingo, o meia peruano Ramírez foi hostilizado pela torcida e entrou em rota de colisão com a diretoria ao desabafar sobre as cobranças públicas que recebeu da cúpula alvinegra. Anteriormente, o executivo de futebol Ocimar Bolicenho, pressionado pela torcida, já havia deixado o cargo, assim como diretoria e elenco lavaram a roupa suja, com direito a bate-boca entre atletas.
O ambiente tumultuado é consequência da situação delicada na luta contra o rebaixamento. Sem vencer há oito partidas, a Ponte aparece na vice-lanterna, com 16 pontos, a oito do São Paulo, que é o primeiro time fora da zona da degola. Para escapar sem depender de outros resultados, a Macaca trabalha com as contas de nove triunfos nos 18 compromissos restantes.