Nelsinho Piquet disse, após a decisão do Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) de banir Flavio Briatore do automobilismo e suspender a Renault por dois anos, com sursis, que está aliviado com o fim do caso. O brasileiro denunciou o ex-chefe por manipular o resultado do GP de Cingapura de 2008, quando recebeu ordens para bater o carro deliberadamente e beneficiar o companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso, que venceu a prova.
- Estou aliviado que a investigação da FIA tenha sido concluída. Eu me arrependo amargamente por minha atitude de seguir a ordem que recebi. Penso todo dia que não deveria ter feito isso. Não espero que isto seja esquecido ou perdoado - diz Nelsinho, em comunicado oficial.
Confira a íntegra do comunicado de Nelsinho Piquet:
"Estou aliviado que a investigação da FIA tenha sido concluída. Foi melhor saber da verdade e aceitar as consequências. A coisa mais positiva de ter chamado atenção para isto é que coisas como essas nunca mais acontecerão. Eu me arrependo amargamente por minha atitude de seguir a ordem que recebi. Penso todo dia que não deveria ter feito isso. Não sei o quanto minha explicação fará as pessoas entenderem que ser um piloto é um privilégio, e foi para mim. Só o que posso dizer é que minha situação na Renault virou um pesadelo.
De repente me vi à mercê de Briatore. Seu caráter real, que era conhecido por poucas pessoas, veio à tona. Ele foi meu empresário e chefe de equipe, tinha meu futuro em suas mãos, mas não cuidou dele. Após o episódio de Cingapura, ele me isolou e me jogou ao ponto mais baixo que já atingi na vida. Agora que estou fora de tudo isso não posso acreditar que contribuí com seus planos, mas quando me foi oferecido pensei que não deveria rejeitar.
Ouvindo agora as declarações de Briatore sobre a minha batida e os comentários que ele fez à imprensa nas últimas duas semans é claro para mim que fui simplesmente usado por ele. Tive de aprender lições difíceis nos últimos doze meses e considero que foi valioso para a minha vida. Tenho consciência de que terei que começar minha carreira do zero, mas tenho esperanças de que uma equipe reconheça o quão pressionado fui na Renault e me dê uma chance.
O que pode ser assegurado é que não existe outro piloto na F-1 tão determinado quanto eu a provar do que sou capaz. Para encerrar, gostaria de repetir que sinto muito por todos que trabalham na F-1, os fãs e os dirigentes. Não espero que isto seja esquecido ou perdoado, mas ao menos que as pessoas tirem conclusões baseadas no que realmente aconteceu."