Após derrota do Palmeiras para Santo André, goleiro Marcos já fala em aposentadoria

Apáticos e desatentos, os donos da casa perderam por 3 a 1

Goleiro Marcos fala em aposentadoria | Globo Esporte
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Para a torcida alviverde, não valeu a pena ver de novo. Palmeiras e Santo André se enfrentaram na noite desta quarta-feira, no Palestra Itália, no que parecia ser uma reprise do encontro no ano passado, quando o Ramalhão tirou o Verdão da liderança do Campeonato Brasileiro. Apáticos e desatentos, os donos da casa perderam por 3 a 1 para o time do ABC, que voltou a mostrar requintes de crueldade. A derrota teve novamente o toque do carrasco Nunes, que em 2009 balançou a rede duas vezes. Para completar, Rodriguinho fez dois, sendo um de letra, e se isolou na artilharia do Campeonato Paulista, com dez gols.

Na segunda derrota consecutiva sob o comando de Antônio Carlos, substituto de Muricy Ramalho, a prova do desespero alviverde foi revelada nas palavras do goleiro Marcos, de 36 anos e 17 de Palestra Itália. Na saída para o intervalo, quando o jogo estava 2 a 1, o capitão e ídolo falou em pendurar luvas e chuteiras.

Foi a demonstração do atual momento de fraqueza do clube, resumida na forte declaração do goleiro. O time precisava de um choque no intervalo? O camisa 12 se entregou.

- Só sei que a torcida do Palmeiras pode ficar tranquila, porque comigo em campo o sofrimento só vai até o fim do ano - desabafou o camisa 12 à "Rádio CBN".

Com o resultado, o Palmeiras caiu para a décima colocação, com 16 pontos, a cinco do Botafogo-SP, primeiro do G-4, e ainda pode perder mais uma posição no complemento da 12ª rodada do Paulistão. O Ituano, com 15, enfrenta a Ponte Preta nesta quinta-feira, às 19h30m (de Brasília), no estádio Novelli Junior, em Itu.

O Santo André, por sua vez, segue em ascensão no Estadual. O time se mantém confortavelmente na segunda posição, com 27 pontos, um a menos que o líder Santos, que nesta quinta enfrenta o Paulista, às 21h (de Brasília), no estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. O time de Sérgio Soares chegou ao sexto êxito seguido na competição e aparece como o visitante mais indigesto: foram cinco vitórias e um empate.

Ramalhão mais uma vez algoz, mais uma vez fatal

Precisando da vitória para encostar no grupo dos quatro mais bem colocados do Estadual, o Palmeiras deu bobeira logo no início da partida e reencontrou o carrasco Nunes, autor dos gols da vitória do Santo André no Brasileirão de 2009. Aos oito minutos, Bruno César recebeu pelo lado esquerdo e cruzou para a área. O camisa 9 do Ramalhão se jogou com tudo para completar para o gol e fazer 1 a 0.

A jogada pelas laterais já havia sido anunciada por Sérgio Soares antes da partida, quando o treinador lembrou que Eduardo, atleta ambidestro, só que mais habituado a jogar pelo lado esquerdo, ficaria pela direita. O técnico do Ramalhão também ressaltou que a fase de Armero, outro lateral, não era boa. Os lados do alviverdes viraram um prato cheio para o time do ABC.

O placar foi ampliado pelos visitantes aos 30 minutos. Carlinhos chutou forte, cruzado, e Marcos rebateu. Atento ao lance, Rodriguinho empurrou para a rede e disparou na artilharia do campeonato, agora com nove gols. O 2 a 0 no placar fez a torcida chiar, e Marcos desabar.

- Achei que ela ia para fora e depois mudei de ideia. Aí acabou entrando - justificou-se o capitão.

Os fãs que apoiaram Antônio Carlos Zago na sua chegada mudaram de tom. Passaram a reclamar e, quando o treinador tirou Cleiton Xavier para colocar Maquinhos, o coro de "Burro" foi inevitável. O camisa 10, no entanto, sentiu dores no tornozelo direito depois de receber uma pancada no local.

Embora o Palmeiras tivesse mais posse de bola, era o Santo André que levava mais perigo. Os donos da casa só conseguiram diminuir a diferença depois de um cruzamento de Eduardo. A bola bateu em Marquinhos antes de chegar a Robert, que encheu o pé para fazer 2 a 1, aos 43.

Rodriguinho vira novo carrasco do Verdão

Enquanto os jogadores do Santo André pulavam para se aquecer e espantar o frio paulistano, o Palmeiras se reuniu em campo antes do reinício da partida. Sem Marcos. O papo foi puxado por Edinho, a poucos metros do capitão alviverde, que fazia o sinal da cruz para se proteger. Com a bola rolando, a correria apareceu dos dois lados. O Alviverde insistia na frente para diminuir, e o Ramalhão respondia com velocidade no contragolpe. E em uma dessas descidas, novamente pela lateral, conseguiu ampliar. E com um golaço.

Aos 17 minutos, depois de bela jogada tramada com Gil, Branquinho chutou cruzado, e Rodriguinho emendou de letra, por entre as pernas de Marcos, para fazer 3 a 1. Sem pena do experiente goleiro pentacampeão do mundo, saiu comemorando como uma criança em meio aos desolados palmeirenses. E o camisa 12 levou as mãos à cintura, sem acreditar no que acontecia.

A tônica da partida depois disso foi uma só. O Palmeiras se lançou desesperadamente ao ataque, e o Santo André, por sua vez, vivia de contra-ataques. Nas arquibancadas, clima ruim. Um dos principais atletas do Palmeiras, principalmente na temporada passada, Diego Souza era alvo dos torcedores. Xingado pelos erros e por não demonstrar empenho em campo, o jogador se irrittou e foi expulso aos 34, depois de fazer falta em Alê. Ironicamente, o pequeno público presente no Palestra Itália aplaudiu o árbitro. E chamou de "timinho" o Alviverde.

Nos minutos finais, o torcedor deixou de lado o apoio ao time e passou a hostilizar jogadores e dirigentes. O meia-atacante Marquinhos e Gilberto Cipullo, vice-presidente de futebol, foram os alvos da vez. Irritadas, arquibancadas e cadeiras pediam as suas saídas.

Marcos, autor da frase mais forte da noite, saiu escoltado pelo preparador de goleiros Fernando Miranda para não falar com os jornalistas. Era a cena de encerramento do triste filme no Palestra Itália

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