Após polêmica: CBF e Conmebol firmam pacto contra racismo no futebol

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, comentou o tema logo após o sorteio da fase de grupos da Libertadores.

Ednaldo criticou a postura branda da entidade em relação aos casos de discriminação racial | Mauro Pimentel/AFP Ednaldo criticou a postura branda da entidade em relação aos casos de discriminação racial | Foto: Mauro Pimentel/AFP
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), em parceria com a CBF e outras confederações do continente, assinou um documento reafirmando seu compromisso contra o racismo, a discriminação e a violência no esporte. Nos últimos dias, a entidade foi alvo de críticas no Brasil devido a polêmicas recentes, o que intensificou a pressão por um posicionamento oficial.

A Conmebol confirmou a realização de uma reunião no dia 27 de março para discutir o tema, com a presença de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que também assinou o compromisso. Ednaldo criticou a postura branda da entidade em relação aos casos de discriminação racial envolvendo clubes brasileiros e chegou a boicotar o sorteio da Libertadores ao não comparecer à cerimônia. O episódio mais recente ocorreu na Libertadores Sub-20, quando Luighi, do Palmeiras, foi alvo de ofensas racistas por torcedores do Cerro Porteño-PAR.

Após cobranças de Ednaldo e da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, comentou o tema logo após o sorteio da fase de grupos da Libertadores. No entanto, sua fala gerou ainda mais polêmica ao ironizar a ausência de clubes brasileiros na competição: "Isso seria como o Tarzan sem a Chita, impossível! (risos)". Diante da repercussão negativa, a Conmebol divulgou uma nota oficial na última quinta-feira (20), informando que realizará uma reunião em Luque, no Paraguai, com representantes de governos e federações da América do Sul para debater o combate ao racismo no futebol.

nota emitida pela Conmebol e assinada pela CBF

Na CONMEBOL estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol.

Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular.

A atuação da CONMEBOL está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e FIFA.

Como parte da nossa política de combate a esse flagelo, além do que já foi exposto trabalhamos em conjunto com o Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).

No último dia 17 de março, nosso Presidente, Sr. Alejandro Domínguez, por ocasião do sorteio da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, comprometeu-se publicamente a convocar as autoridades governamentais e as Associações Membro, a fim de dialogar sobre critérios para enfrentar e perseguir este flagelo.

Consequentemente, no dia 27 de março, a convite da CONMEBOL, os Embaixadores dos dez países sul-americanos que compõem a Confederação e os representantes das Associações Membros se reunirão para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Os resultados desta reunião serão apresentados na reunião do Conselho agendada para 7 de abril.

As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da CONMEBOL, subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos.

Leia Mais
Carregue mais
Veja Também
Tópicos
logo do meio.com