Após um ano, Bolt volta aos 100m com meta “modesta” e sombra de Gatlin

Após um ano, Bolt volta aos 100m com meta “modesta” e sombra de Gatlin

Usain Bolt no treino de reconhecimento da pista neste sexta-feira | Reprodução
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A história nunca registrou um ser humano mais veloz do que Usain Bolt nos 100m rasos. Mas a última competição oficial da distância com presença do recordista mundial foi em setembro de 2013. Quase um ano depois, o Raio volta a correr a prova mais nobre do atletismo em um desafio cujo nome representa o único duelo que ocorre quando o jamaicano está na pista. No evento Bolt Contra o Tempo, disputado na Praia do Leme, no Rio de Janeiro, o velocista tentará provar que o discurso modesto não passa de teoria e que segue absoluto em sua especialidade, dominada por Justin Gatlin na temporada 2014. 

Bolt cravou o tempo de 9s58 no Mundial de Berlim, em 2009, marca que até hoje é o recorde mundial dos 100m. Nem nos grandes palcos, fossem os Jogos de Londres ou os mundiais seguintes (em Daegu 100m foi desclassificado após queimar a largada, e em Moscou foi ouro), o Raio conseguiu superar o próprio desempenho na capital alemã.

Mesmo assim, seguiu absoluto na distância, colecionando vitórias e títulos. Nesta temporada, enquanto o jamaicano se afastou das competições para se recuperar de uma lesão no pé esquerdo, Justin Gatlin apareceu como principal nome das provas de velocidade. O americano marcou nada menos do que seis dos dez melhores tempos do ano nos 100m, tendo 9s80 como a marca mais veloz. É o atual vice-líder do ranking da Diamond League, principal circuito de atletismo do mundo, apenas um ponto atrás do compatriota Mike Rodgers.

Este número, porém, já foi superado por Bolt dez vezes ao longo de sua carreira profissional. A mais recente delas foi no dia 6 de setembro de 2013, justamente a última ocasião em que o bicampeão olímpico competiu oficialmente na prova. Para este domingo, o recordista mundial oscilou o discurso sobre suas expectativas entre uma meta modesta e a promessa de que se esforçará ao máximo para obter os resultados mais rápidos.

- Não sei quão rápido vou poder correr. Depois do 4x100m em Glasgow eu me senti muito bem. E, quando mais ou corro, mais rápido eu corro. Este vai ser mais um teste, e acho que devo cumprir aquela marca de 10s. Essa é minha primeira prova individual ano ano, e vou correr o máximo que puder. O público pode esperar sempre o melhor de mim. Vou tentar sempre o melhor, ser quão rápido eu puder ser na pista.

Entre os demais inscritos no evento, apenas dois brasileiros – que ainda disputam com outros dois compatriotas uma única vaga na final de domingo – figuram na lista da Federação Internacional de Atletismo dos melhores tempos dos 100m em 2014. Os números, porém, os deixam bem distante do topo. Em abril, Jefferson Lucindo completou a distância em 10s27, superando em um centésimo a marca alcançada por Jorge Vides em março. O jovem Aldemir Gomes, que correu na mesma bateria de Bolt nos 200m nos Jogos de Londres, tem como melhor marca nos 100m em 2014 o tempo de 10s55. José Carlos Gomes Moreira não possui marca nas listas das melhores do ano da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês) ou da Federação Sul-Americana.

No Bolt Contra o Tempo,os brasileiros correm na pista montada no Leme às 11h (de Brasília) deste sábado. O atleta vencedor volta à competir no domingo, às 11h50m, contra Usain Bolt, Mark Lewis-Francis e Wallace Spearmon. O Esporte Espetacular transmitirá flashes do evento.

FEMININO TEM QUARTETO BRASILEIRO DO 4X100M

A disputa feminina ganhou um tempero a mais na edição de 2014 do evento. Se no ano passado houve apenas uma bateria brasileira, neste ano o desafio de compatriotas servirá como seletiva para uma final com grandes nomes internacionais. O principal deles é da americana Carmelita Jeter, dona da segunda melhor marca da história nos 100m e medalhista de ouro, prata e bronze nos Jogos de Londres.

No sábado, a bateria classificatória será formada por quatro atletas que fazem parte da equipe brasileira de revezamento 4x100m. Rosângela Santos, Evelyn dos Santos e Franciela Krasucki disputam o evento pela segunda vez, enquanto Ana Cláudia Lemos faz sua estreia já pensando na utilidade da competição para os Jogos do Rio 2016.

- Estão chegando as Olimpíadas do Rio, e as meninas que vão participar do evento são as mesmas que vão representar o Brasil no revezamento. É muito legal para nós competirmos umas contra as outras para nos ajudarmos, estimularmos a buscar sempre os melhores resultados.  Sabemos que só uma vai vencer, e isso faz parte do jogo. Mas é importante que todas estejam competindo em alto nível. Espero que seja um bom dia para todo mundo.

A melhor brasileira no sábado vai correr ao lado de Carmelita Jeter, Cleo Vanburen e Schillonie Calvert no domingo, a partir das 11h20m. Mais cedo, às 10h30m, será a vez dos paralímpicos Blake Leeper, Richard Browne e Jerome Singleton disputarem o posto de mais veloz. 

- O brasileiro não é muito chegado ao atletismo, mas vai aproveitar o evento e conhecer melhor nosso esporte Nossa meta é que realmente entendam o espírito do movimento paralímpico. Você tem uma deficiência, uma necessidade especial, mas todos os atletas treinam com o mesmo esforço. Como atletas estamos numa espécie de show business e temos que entreter o público. Vai ser uma boa oportunidade para as pessoas lembrarem que duas semanas depois das Olimpíadas há os Jogos Paralímpicos, e que serão divertidos e empolgantes também.


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