A aposentadoria do árbitro Carlos Eugênio Simon deu início a uma corrida pela sucessão dele em Copas do Mundo. O gaúcho atuou nos Mundiais de 2002, 2006 e 2010, mas completou 45 anos no dia 3 de setembro e por isso foi jubilado pela Fifa. Para substituí-lo, o organismo que gerencia o futebol mundial selecionou três árbitros dos dez que compõem o quadro da Fifa no Brasil. A intenção é escolher dois para atuar na Copa 2014, já que o país-sede tem direito a duas vagas na arbitragem. Concorrem os paulistas Paulo César de Oliveira e Wilson Luiz Seneme e o paranaense Héber Roberto Lopes.
Os três têm prioridade da Conmebol para atuar em partidas internacionais e atuaram em vários jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana. Agora, estão na expectativa de que um deles seja escolhido para arbitrar do Mundial de Clubes deste ano, em Abu Dhabi. No entanto, nos bastidores da arbitragem, comenta-se que o trio brasileiro não tem chance. O colombiano Oscar Ruiz e o argentino Héctor Baldassi seriam os mais cotados para disputar a vaga sul-americana no torneio, que vai de 8 a 18 de dezembro.
Caso o trio brasileiro perca a vaga, desperdiçará uma chance enorme de acumular pontos junto à Fifa. Afinal, experiência internacional é tudo para se chegar a uma Copa do Mundo. ?O aproveitamento internacional é o caminho para se chegar a uma Copa. Não tem outro. A Fifa não reconhece performance nos campeonatos nacionais. O árbitro pode ser o melhor de seu país, mas se ele não tiver um lastro muito bom nos jogos internacionais, a Fifa não o levará em consideração?, diz o diretor de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol, Afonso Vítor de Oliveira.
Além do desempenho internacional, os pré-selecionados precisam comprovar também o alto rendimento físico. Semestralmente, eles são submetidos a rigorosos testes. O mais recente ocorreu em agosto, na Argentina. Outro árbitro brasileiro que estava cotado para estar entre os pré-selecionados da Fifa caiu exatamente por causa da preparação física. Era o gaúcho Leonardo Gaciba, que recentemente, aos 39 anos, anunciou a aposentaria por recorrentes reprovações em testes de condicionamento. Para evitar seguir a trilha de Gaciba, Héber Roberto Lopes, Paulo César de Oliveira e Wilson Luiz Seneme terão de suar muito até 2014.