O craque Lionel Messi e seus companheiros serão recebidos como heróis nesta terça-feira (20) em Buenos Aires, onde milhões de argentinos aguardam a chegada da seleção para comemorar juntos o título da Copa do Mundo, o terceiro da 'Albiceleste' na história.
"Assim que chegarem consagrados, temos que recebê-los e dizer: 'Obrigado, rapazes'", disse José Luis Quiroga, de 56 anos, na região do Obelisco, local que os jogadores escolheram para festejar seu retorno à Argentina.
"O elenco campeão do mundo partirá na terça-feira ao meio-dia até o Obelisco para comemorar o título mundial com seus torcedores. Sim, somos campeões do Mundo!", escreveu o perfil da seleção no Twitter.
Assim que terminou a disputa de pênaltis, em que a Argentina venceu a França (4 a 2) após os 90 minutos (2 a 2) e a prorrogação (3 a 3), milhões de pessoas correram para as ruas de Buenos Aires e demais cidades argentinas para celebrar o terceiro título mundial deste país apaixonado pelo futebol.
Messi coroou assim sua brilhante carreira com o único troféu que lhe faltava.
"Começa hoje (domingo) e não termina até eles chegarem. Vamos continuar mais um pouco. Planejamos recebê-los no aeroporto de Ezeiza e depois faremos uma caravana por onde passarem", garantiu Verónica Silva, professora de 44 anos.
"É um bom time, que nos representou muito bem. O momento maior de comemoração será quando chegarem. Agora estamos esperando, com certeza eles também", disseram as amigas Rosa Rodríguez (63), faxineira, e Adriana Núñez (57), costureira.
Em um confronto lendário, Messi abriu o placar (23', de pênalti) e Ángel Di María (36') logo ampliou uma vantagem que parecia segura.
Quando o troféu parecia garantido para Messi, de 35 anos e em sua última chance de conquistá-lo, depois de ter sido finalista em 2014, dois gols de Kylian Mbappé (80' de pênalti e 81') determinaram o 2-2 no tempo regulamentar.
A partida foi para a prorrogação e Messi voltou a marcar (109'), um gol que deixou a Argentina mais perto do título. Mas Mbappé reapareceu, respondendo com mais um gol de pênalti no final.
O jovem francês, que completa 24 anos na terça-feira, protagonizou o segundo "hat-trick" da história das finais da Copas do Mundo, depois do inglês Geoff Hurst em 1966 contra a Alemanha (4-2).
"Nós voltaremos", prometeu Mbappé nesta segunda-feira, em uma mensagem no Twitter.
Os Bleus devem desembarcar na França nesta segunda-feira, às 18h00.
- O que mais posso pedir? -
Quis o destino que este confronto de gerações entre o rei dos últimos anos (Messi) e aquele que parece ser o seu sucessor (Mbappé) ocorresse no Catar, país que os uniu como companheiros após a compra do Paris Saint-Germain, onde ambos jogam atualmente.
Messi, que agora está muito bem posicionado para continuar fazendo história como candidato a sua oitava Bola de Ouro, garantiu que ainda quer jogar mais algumas partidas com a seleção argentina.
"O que vai acontecer depois disso?", perguntou-se Messi na zona mista. "Obviamente queria encerrar minha carreira com isso, não posso pedir mais nada", disse.
Messi destacou o quanto lutou na carreira e que a Copa veio "quase no final", em seu quinto Mundial.
"Mas por outro lado, adoro futebol, adoro o que faço (...) E obviamente quero continuar a viver mais alguns jogos sendo campeão do mundo", afirmou.
Após a final, os jogadores desfilaram de ônibus pelos arredores do estádio Lusail.
Se toda a Argentina estava em êxtase, a cidade de Rosario não tinha palavras para descrever a emoção de seus dois filhos prediletos: Lionel Messi e Ángel Di María.
"Se Messi e Di María vierem a Rosario para comemorar, ficaremos felizes, mas eles têm o direito de fazer o que quiserem. Não nos devem nada", comentou Micaela Lourdes, 20 anos, que assistiu ao jogo com a mãe.
O novo título da seleção argentina soma-se aos conquistados em 1978 e 1986, após 36 anos, com duas finais perdidas pelo caminho (1990 e 2014).