Atletas relatam dificuldades de ser mulher em vários esportes

No dia internacional da mulher, atletas amadoras e consagradas como Letícia Bufoni, Maya Gabeira e Marta relatam o que é ser mulher no esporte

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Cada vez mais as mulheres têm conquistado seus espaços em esportes predominantemente masculinos como futebol, skate, lutas e surfe. Mas, ainda enfrentam desigualdade nos salários, em número de campeonatos e oportunidades de vagas ou patrocínios. No nível profissional, elas vêm marcando presença com feitos históricos como a Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA em 2018.

- Eles diziam que futebol não é para mulher. Dizer que eu não podia jogar? - ironiza Marta.

Durante a era Getúlio Vargas, as mulheres foram proibidas de jogar futebol e outros esportes considerados masculinos. O decreto durou quase 40 anos no Brasil mas mesmo com a proibição, as mulheres nunca pararam de jogar futebol. A regulamentação do futebol feminino veio em 1983 graças à luta de jogadoras e a relevância econômica internacional. A proibição, no entanto, tem reflexos negativos no esporte até hoje, como o pouco incentivo ao futebol feminino e a falta de patrocinadores.

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Apesar desses percalços, hoje reverenciamos Marta, eleita seis vezes como melhor jogadora do mundo pela Fifa e o maior nome da história do futebol feminino. No dia internacional da mulher, o programa Globo Esporte reuniu depoimentos de atletas amadoras e profissionais que reúnem frases e situações de preconceito ao longo da vida esportiva que as desmotivaram e reforçam a desigualdade de gênero que ainda existe dentro do esporte.

"Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”, dizia o decreto-lei 3.199 de 14 de abril de 1941.

Outro nome que também sofreu discriminação por ser mulher foi a surfista Maya Gabeira. Em 2013, Maya sofreu um acidente quase fatal surfando uma onda gigante, em Nazaré, Portugal. Muitos achavam que ela não era capaz de retornar ao esporte. Em 2018, ela voltou, surfou a maior onda da história e entrou para o livro dos recordes. Esta semana, a surfista foi homenageada em uma campanha da marca de bonecas Barbie. 

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- O que eu mais sinto na minha carreira em relação a ser mulher é que a gente não pode errar. Porque a gente está num ambiente tão masculino que a gente acaba chamando a atenção - destaca Maya.

Letícia Bufoni, a primeira mulher a conquistar o título de campeã mundial de skate street e forte nome para representar o Brasil na Olimpíada de Tóquio, também relembrou as vezes que foi repreendida pelos outas atletas por ser uma menina andando de skate.

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- Eu comecei a andar de skate com nove anos de idade, e só tinha meninos na minha rua, eu era a única menina. Comecei a brigar na rua porque eles ficavam com raiva que eu acertava as manobras antes deles - relembrou Letícia.

Na matéria, as atletas amadoras representam mulheres de diferentes idades e esportes, mas todas com uma mensagem em comum: as dificuldades que enfrentam por serem mulheres. 

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