Os cinco torcedores do Corinthians seguem na penitenciária de Oruro apesar do habeas corpus concedido na quarta-feira pela Justiça boliviana. Devido ao atraso na entrega da documentação que os liberam, os membros da torcida uniformizada do time deverão seguir detidos provavelmente até sábado.
De acordo com o advogado boliviano Ramiro Alejandro Rocha, que representa a Gaviões da Fiel, a demora na liberação ocorreu devido a um erro de digitação em um dos processos, além do clube San Jose ter atrasado na entrega de um documento.
A expectativa do advogado que defende os corintianos é que os cinco deixem a prisão nas próximas horas. Quando deixarem Oruro, os torcedores seguirão a La Paz para finalizar os trâmites burocráticos na embaixada brasileira.
Reginaldo Coelho, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Cleuter Barreto Barros permanecem detidos.
A Justiça da Bolívia emitiu relatório conclusivo sobre a doação feita pelo Corinthians para viabilizar a liberação dos cinco torcedores presos desde fevereiro em Oruro.
O clube paulista doou US$ 55 mil (cerca de R$120 mil) aos familiares de Kevin, fazendo com que houvesse parecer favorável do Ministério Público da Bolívia sobre um procedimento técnico de justiça restaurativa (processo na qual as partes envolvidas chegam a um valor que pode ser utilizado para tentar a superação emocional do dano).
No entanto, de acordo com o Ministério da Justiça, o valor doado pelo Corinthians foi de US$ 50 mil.
O grupo foi preso após o garoto boliviano Kevin Espada ser morto após atingido no rosto por um sinalizador lançado da arquibancada onde estavam os torcedores do Corinthians no empate por 1 a 1 contra o San José, pela fase de grupos da Libertadores. Inicialmente, foram detidos 12 torcedores, mas sete deles foram liberados no começo de junho.
Em junho, um juiz boliviano informou a inclusão de um jovem brasileiro de 17 anos, residente em São Paulo, no processo contra vários torcedores do Corinthians, investigados pela morte em fevereiro de Kevin.
O jovem, identificado como H.A.M., se entregou às autoridades policiais brasileiras poucos dias após o acontecimento trágico, confessando ser o responsável por acender o sinalizador que matou o boliviano de 14 anos.