As rusgas de Dunga com os jornalistas não passaram batido pela direção do Internacional. A cúpula ficou extremamente surpresa ? e desagradada, com o episódio da última sexta-feira, quando o técnico ironizou ao ser questionado sobre o uso do meia Dátolo. E os dirigentes pretendem ter uma conversa com o capitão do tetra para pedir moderação em público.
De acordo com o jornal Correio do Povo, os dirigentes do Inter se reunirão com Dunga após o jogo contra o Vasco, neste domingo em Caxias do Sul, para abordar o relacionamento com os jornalistas. A ideia é tentar fazer com que o treinador se controle mais perante questionamentos considerados por ele como impertinentes.
Publicamente, o Colorado blinda o técnico e não dá detalhes da conversa sobre os recentes conflitos. Mas também não nega que possa existir uma punição ou simples orientação para que Dunga não tenha novas rusgas.
?O relacionamento funcional, contratual e legal do Inter com seus funcionários é tratado internamente. Não vamos nos manifestar publicamente sobre isso. As medidas que forem tomadas serão tomadas dentro do clube?, disse o diretor de futebol Luís César Souto de Moura à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre.
Internamente, os rompantes de Dunga já não são mais surpresa. Vários funcionários do vestiário do Colorado presenciaram cenas em que o técnico sobe o tom ou age de forma fora do normal diante de situações rotineiras. Inclusive durante os jogos.
No histórico de Dunga no Beira-Rio já estão o desentendimento com o assessor de imprensa José Evaristo Villalobos e com o diretor executivo Newton Drummond. O primeiro pediu transferência de setor e trocou o futebol por um cargo administrativo.
O segundo segue participando das negociações e idas e vindas, mas já foi alvo de várias indiretas em entrevistas de Dunga. O técnico, inclusive, o chama de executivo. Em tom pejorativo. As divergências entre os dois pararam de se tornar públicas nos últimos tempos.
Na sexta-feira, além de ironizar a pergunta sobre Dátolo, Dunga também insinuou que o repórter Rodrigo Oliveira, da Rádio Gaúcha, ganhava presentes para perguntar sobre o jogador argentino.
A declaração motivou uma nota oficial a Associação dos Cronistas Esportivos do Rio Grande do Sul, a Aceg. O órgão manifestou repúdio ao posicionamento do técnico.