“Ayrton Senna é parte da minha infância”, diz filho de Prost em SP

No Brasil para disputar as 6h de SP, Nicolas Prost relembra rivalidade de Alain com Senna e fala sobre prós e contras de ter um sobrenome famoso

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Se as épicas batalhas entre Ayrton Senna e Alain Prost são inesquecíveis para os fãs do automobilismo, imagine para um cara chamado Nicolas Prost. A visita ao Brasil para as Seis Horas de São Paulo, quinta etapa do Mundial de Endurance, fez o filho do maior rival de Senna na Fórmula 1 resgatar o passado. Na época ? fim da década de 1980, início de 1990 ? Nicolas era apenas uma criança, com pouco menos de dez anos.

- O Brasil é uma das grandes nações do automobilismo. Meu pai sempre amou correr aqui e também no Rio de Janeiro. É muito legal estar aqui. É a cidade de Ayrton Senna e ele fez parte da minha infância. É especial. É um pouco como correr na França para mim, provavelmente um dos dias mais especiais ? destacou o piloto da classe LMP1, a principal do campeonato.

Agora, aos 31 anos, Nicolas tem a oportunidade de guiar em Interlagos, palco onde seu pai duelou com Ayrton em três ocasiões, sendo superado em 1991 e 1993 e levando a melhor no GP do Brasil de 1990. O filho do tetracampeão acredita que, apesar de toda a rivalidade, Prost possui o respeito da torcida brasileira e, por isso, espera ser bem recebido pelo público na corrida que será disputada neste sábado, com transmissão do SporTV 3 a partir do meio-dia.

- Acho que as pessoas gostam do meu pai. Claro que houve grandes brigas entre ele e Ayrton. É muito difícil ter muitos duelos no topo como eles tiveram. Mas nunca houve nenhum problema no Brasil, as pessoas sempre foram muito legais com ele, mesmo o Ayrton sendo brasileiro. Não há nenhum problema em preferir um ou outro. Respeitamos muito o Ayrton. Não acho que haverá nenhum problema neste sábado, acho que todos serão muito legais. Espero ver muita gente na arquibancada ? disse.

Considerado um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1, Alain Prost recebeu o apelido de ?Professor? pelo estilo técnico e cerebral. Nicolas faz jus à fama do pai e confessa que procura ter algumas aulas teóricas com Prost sobre as pistas que os dois correram, como é o caso de Interlagos.

- Às vezes pego algumas dicas. Nesta sexta, por exemplo, liguei para ele porque achei que não estava fazendo bem a primeira curva e perguntei sobre isso a ele. Depois tentei novamente e funcionou ? conta, orgulhoso, sobre os conselhos recebidos do pai famoso.

Ter um ?Professor? do quilate de Alain Prost em casa é uma dos grandes benefícios de ser filho de quem marcou época no automobilismo. Nicolas admite que possuir sobrenome famoso ajuda bastante na carreira, mas ressalta que também há algumas desvantagens:

- Ajuda, porque você recebe muita atenção, talvez consiga alguns patrocínios, abre mais portas, pois você consegue conhecer mais pessoas facilmente. Por outro lado, as pessoas esperam muito e quando você vai muito bem, às vezes dizem que é só porque é filho de alguém. É, ao mesmo tempo, uma vantagem e um inconveniente ? pondera o piloto, que já passou por categorias como Fórmula Renault, Fórmula 3 e A1GP, e que foi campeão da Fórmula 3000 Europeia em 2008.

Desde 2007, Nicolas encara provas de resistência, como a deste fim de semana. A bordo de uma Lola B12/60 Coupé preparado pela equipe Rebellion Racing, o francês é companheiro do suíço Neel Jani, respónsável por guiar o modelo preto e dourado patrocinado pela Lotus no treino classificatório. A dupla largará num expressivo quarto lugar no grid de Interlagos, atrás apenas de dois carros da Audi e da pole position Toyota, os três times favoritos à briga pela vitória. Ciente da força dos rivais à sua frente, o francês sabe que um triunfo em São Paulo é improvável, mas mira um lugar no pódio.

- Largaremos em quarto, o que não está ruim, com dois Audis e uma Toyota à frente. É uma corrida longa e se algum deles tiver problema, podemos lutar por pódio, mas não acho que podemos brigar pela vitória - admite.

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