Espanha e Itália empatam com 1 x 1 pela primeira rodada do Grupo C da Eurocopa

Italiano enfeita, perde gol incrível e vê substituto Di Natale marcar para Azzurra

Balotelli e sua grande chance no jogo: Sergio Ramos desarma italiano na área | Reuters
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De um lado, um Balotelli disposto a provar que é decisivo. Titular, perdeu uma chance incrível sozinho na área e deu lugar para Di Natale, que aproveitou a sua e balançou a rede. Do outro, um Fernando Torres no banco viu Fàbregas começar como centroavante e marcar o gol da atual campeã Espanha. Quando entrou, foi a vez do "Niño" desperdiçar a oportunidade de ser decisivo. Sem poder contar com um dia inspirado de seus principais atacantes, Fúria e Itália acabaram com 1 a 1 no placar pela primeira rodada do Grupo C da Eurocopa, em Gdansk (Polônia).

Os gols só saíram no segundo tempo. Assim como as chances perdidas por Balotelli e Torres, que acabaram marcando a partida. Primeiro, o polêmico atacante do Manchester City ficou sozinho cara a cara com Casillas na área, mas demorou a concluir e foi desarmado por Sergio Ramos. Cesare Prandelli sacou Balotelli e colocou em campo Di Natale, que abriu o placar aos 14. Na Espanha, aconteceu o contrário. Fàbregas começou como centroavante e marcou aos 17, depois deu lugar a Fernando Torres e viu o centroavante do Chelsea quase fazer um golaço por cobertura sobre Buffon, mas a bola saiu rente ao travessão.

O jogo deve ter agradado a personalidades do mundo afora que foram acompanhar o clássico in loco. O primeiro ministro da Espanha, Mariano Rajoy, além dos ex-craques poloneses Lato e Boniek e os treinadores Fabio Capello e José Mourinho, estavam presentes no estádio.

A Espanha volta a campo na próxima quinta-feira, quando enfrentará a Irlanda novamente na Arena Gdansk, às 15h45m (de Brasília). Antes, a Itália jogará diante da Croácia, às 13h, em Poznan. A última rodada será realizada na outra segunda-feira, dia 18.

Os clichês do futebol apontavam para um primeiro tempo de domínio espanhol. Posse de bola, paciência, chances de gol. A Itália, caracterizada pelo "catenaccio" - esquema forte na defesa -, não teve dúvidas de que atacar também é o melhor remédio. E deixou o primeiro tempo na Arena Gdansk com a certeza de que havia feito mais do que se esperava. E muito bem.

A torcida, no entanto, era da Fúria. Seja de espanhóis - a imensa maioria, localizada à esquerda das tribunas - ou até mesmo dos poloneses, encantados com o futebol praticado nos últimos anos pelo time de Vicente del Bosque, também adaptado ao estilo do Barcelona. Mas do Barça que está acostumado a decidir pouco se viu.

Cadê o centroavante?

Um dos motivos pode ter sido a ausência de um centroavante. Fernando Torres, candidato a ser titular durante toda a semana, começou o jogo no banco de reservas. Fàbregas foi a campo e deixou a Espanha carente de alguém na área. Se já era fiel ao seu estilo de toque de bola até a última oportunidade, a falta de um finalizador fez a Fúria praticamente não concluir - o primeiro chute saiu apenas aos nove minutos, com David Silva, de fora da área.

A Azzurra, por sua vez, era objetiva. Primeiro por se garantir na defesa, com o volante De Rossi em grande tarde como terceiro zagueiro. E, no ataque, tinha Pirlo quase sempre acionando Balotelli e Cassano. Foi assim que os italianos deram trabalho a Casillas. O meio-campista do Juventus obrigou o goleiro a fazer boa defesa em cobrança de falta, aos 13. O atacante do Milan assustou aos 22, quando recebeu de Marchisio e emendou cruzado, para fora.

A Espanha estava claramente incomodada em campo, chegando inclusive a ter de dividir a posse de bola (50% para cada lado), algo raríssimo nos últimos tempos. O entrosamento, porém, ainda fazia a diferença, como quando Iniesta chutou de primeira, aos 29 e 44, ambas após passe de Xavi. Buffon se safou. Só que a melhor chance ainda estava por vir, aos 45, em cabeçada de Thiago Motta que Casillas saltou para salvar a Fúria. Não seria de todo injusto.

Balotelli paga mico, mas rede balança na etapa final

Não se sabe o teor da conversa de Del Bosque com os seus comandados durante o intervalo, mas é fato que a Espanha voltou diferente para a etapa final. E sem precisar realizar uma substituição. Logo aos quatro, Fàbregas chutou de fora da área para a defesa de Buffon. No minuto seguinte foi a vez de Iniesta, em passe de Cesc, invadir e finalizar cruzado. A bola triscou a trave esquerda dos italianos.

A Itália, é claro, não estava acuada. Tampouco sentiu o golpe. Em seguida, Sergio Ramos vacilou na defesa e viu Balotelli avançar sozinho. O atacante do Manchester City achou que não seria importunado e, calmamente, se preparou para o chute. Foi aí que o defensor do Real Madrid se recuperou e desarmou na bola, limpamente, para desespero de Cesare Prandelli.

O lance foi o empurrão para que o treinador colocasse Di Natale no lugar do polêmico italiano. E não há como negar que deu certo. Em seu primeiro lance, o atacante do Udinese abriu o placar: eram 14 minutos quando ele recebeu linda enfiada de Pirlo. Um toque foi o necessário para tirar de Casillas e fazer a festa da minoria na Arena Gdansk.

Os espanhóis gritaram para empurrar a seleção de imediato, mas talvez não esperassem uma reação tão rápida, antes sequer que Del Bosque buscasse alguma solução no banco de reservas. Aos 17, David Silva achou Fàbregas livre pelo meio. O meia do Barça, que jogava como o falso centroavante, não perdoou e empatou.

Àquela altura, as substituições começaram a aparecer com maior frequência. O ritmo do jogo se manteve corrido, com chances de lá ou cá. Jesus Navas e Fernando Torres tiveram a oportunidade de virar o jogo, mas não a aproveitaram. Principalmente o atacante do Chelsea, que recebeu livre aos 30 minutos e não passou pela marcação de Buffon, que o desarmou com os pés. Aos 32, Di Natale respondeu ao completar cruzamento de Giovinco. Saiu por pouco.

A resposta espanhola veio sete minutos depois, com Fernando Torres. O camisa 9 arrancou pelo meio, driblou Chiellini e ficou cara a cara com Casillas na entrada da área. O atacante do Chelsea acertou um belo toque por cima de Buffon, mas a bola foi para fora, rente ao travessão.

Aos 43, a última chance da Azzurra. Marchisio tabelou com Thiago Motta, invadiu a área e tentou o chute, que saiu fraco e para nas mãos de Casillas.

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