O Barcelona convocou uma coletiva de imprensa para esclarecer os dados da negociação que envolveu a compra do atacante Neymar. De acordo com o diretor financeiro do Barcelona, Raul Sanllehí, a cifra total da "operação Neymar" custará até 88,4 milhões de euros.
"Toda essa negociação nos leva a uma soma de 86,2 milhões de euros mais o bônus de 2,2 milhões [caso Neymar seja finalista do prêmio da Bola de Ouro da Fifa], isso sem levar em consideração o salário fixo do jogador", afirmou Sanllehí.
O dirigente foi levado à coletiva de imprensa por Josep Maria Bartolomeu, novo presidente do clube, que abriu a entrevista reafirmando que o Barcelona pagou 57 milhões de euros pelo atacante do Santos, e que esse é o valor que deveria ser considerado como o correto para a transação, segundo o clube.
Além do bônus da Bola de Ouro e do salário fixo do jogador, o Barcelona exclui da conta os seguintes valores: acordo de colaboração com o Santos (7,9 milhões de euros para o clube da Baixada e 2 milhões de euros à N&N por agenciar esta negociação especificamente), bônus pela assinatura do contrato (10 milhões de euros), a comissão paga ao pai do jogador por agenciar a negociação do atleta (2,7 milhões de euros), direitos de marketing de Neymar (4 milhões de euros), a doação de 2,5 milhões de euros ao Instituto Projeto Neymar Jr, entidade social do jogador em Praia Grande.
Dos 57,1 milhões de euros ? apontados pelo clube como o valor correto da transação ?, 40 milhões foram pagos para a empresa N&N, que significa Neymar e Nadine, nomes dos pais do atleta brasileiro. Os 17,1 milhões restantes foram pagos ao Santos.
Salário
Raul Sanllehí também detalhou as cifras do salário do jogador, que chegaria a R$ 56,7 milhões de euros. A conta inclui dois valores já citados: o bônus pela assinatura do contrato (10 milhões de euros) e a comissão paga ao pai do jogador por agenciar a negociação (2,7 milhões de euros). O restante ? 44 milhões de euros em cinco anos ? é o salário fixo do jogador.
Confidencialidade e renúncia de Rosell
O Barcelona divulgou os dados em meio à repercussão negativa que se criou após a Justiça espanhola decidir averiguar os valores da transação. Para isso, segundo o Barcelona, o pai de Neymar permitiu hoje que as cláusulas de confidencialidade do contrato fossem derrubadas.
Ontem, a crise gerou a renúncia do presidente Sandro Rosell. Caso o pai de Neymar permitisse a divulgação dos números anteriormente, isso não impediria a saída de Rosell, de acordo com Bartolomeu. O novo presidente alegou que o ex-mandatário renunciou por motivos "pessoais e profissionais", mesmo após a cúpula do Barcelona insistir por sua permanência.