Dos campinhos de Araraquara, em São Paulo, até chegar às Olimíadas de Tóquio , a atacante Beatriz Zaneratto João, a Bia, de 27 anos, percorreu um bom caminho. Assim como a mineira de Caeté, Tamires Cássia Dias de Britto, de 33 anos, e a experiente Miraildes Maciel Mora, a baiana Formiga, de 43.
As atletas encabeçam o movimento #presasnos80, cujo objetivo, com leveza e bom-humor, é chamar a atenção para a importância do apoio ao futebol feminino. As atletas destacam que ainda há muito o que avançar quando o assunto é torcida, visibilidade e investimento, por exemplo, se comparados aos homens.
“Eu nasci em 78, vivi bastante os anos 80 e conversando sobre coisas das décadas passadas com a Tamires e a Bia, a gente brincou que no futebol feminino muitas coisas ainda parecem estar paradas nessas décadas. Daí veio a ideia de levantar esse tema”, disse a veterana Formiga.
“Sem a visibilidade que merece, o futebol feminino continuará preso nos anos 80. Precisamos apoiar a Seleção Brasileira, os Clubes e incentivar esporte”, completou
DIAS MELHORES VIRÃO
Regulamentado no Brasil apenas em 1983, o futebol feminino ainda tem investimentos financeiros fincados no passado. E Rogério Caboclo, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, anunciou em setembro do ano passado que as atletas da seleção feminina de futebol passariam a receber os mesmo valores e premiações pagos aos homens da seleção masculina.
Hoje, o futebol feminino recebe o mesmo aporte de investimento que os homens recebiam há 40 anos atrás. Para efeito de comparação, em 2021 os gastos totais de um time feminino giram em torno de R$ 100 mil, valor menor do que o investimento em um único jogador nos anos 1980.