O ex-lateral esquerdo Nilton Santos morreu aos 88 anos, na Clínica Bela Lopes, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Eleito pela Fifa o melhor jogador de todos os tempos na posição, Nilton Santos estava internado desde o sábado, vítima de insuficiência respiratória. O ídolo botafoguense sofria do Mal de Alzheimer.
Bicampeão mundial com a Seleção Brasileira (1958 e 1962), Santos atuou pelo Botafogo entre 1948 e 1964, contabilizando 729 partidas pelo clube de General Severiano. Ele também disputou as Copas do Mundo de 1950 e 1954.
Conhecido como "a Enciclopédia do Futebol", ele teve uma pneumonia diagnosticada na segunda-feira, mas apresentou uma melhora no quadro um dia depois.
Nilton vivia há seis anos na Clínica da Gávea. Ele sofria do Mal de Alzheimer há cinco anos.
Nilton Santos, ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira
Considerado o melhor lateral esquerdo de todos os tempos, Nilton Santos revolucionou a forma de jogar da posição. O ex-atleta foi pioneiro em arriscar subidas ao ataque, em uma época em que laterais se dedicavam somente à defesa. Sua competência ofensiva foi marcante - chegou a marcar gol até em Copa do Mundo, fato que até então era praticamente impensável para atletas que atuavam em seu setor.
Nílton nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de maio de 1925. Durante toda sua carreira, ele vestiu apenas as camisas da Seleção Brasileira e do Botafogo. Pelo clube de Caio Martins, o jogador estreou em 21 de março de 1948, em derrota diante do América-MG por 2 a 1. Em pouco tempo, já era titular da equipe.
No único clube de sua vida no futebol, conquistou quatro Campeonatos Cariocas (1948, 1957, 1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Ao todo, Nilton disputou 729 jogos pelo Botafogo, com 11 gols - é o recordista de partidas pela equipe alvinegra. Seu principal amigo no time foi Garrincha, a quem se referia como alguém por quem tinha "amor fraternal".
O lateral teve sua primeira participação pela Seleção Brasileira um ano depois de debutar pelo Botafogo, no Sul-Americano de 1949. Posteriormente, conquistou as Copas de 1958 e 1962 como titular, e foi vice-campeão mundial em 1950. Fez um gol contra a Áustria, na estreia do Brasil em 1958, e representou o País pela última vez no Mundial do Chile, na partida que garantiu o bicampeonato.
Nílton Santos abandonou os gramados em 1964, mas continuou envolvido com futebol. O craque, que tinha o apelido de "Enciclopédia do Futebol" por ser um jogador muito inteligente, chegou a escrever um livro contando sua história através dos gramados do mundo, "Minha Bola, Minha Vida".
Em 1998, ele foi eleito o lateral esquerdo da seleção do século por jornalistas do mundo todo. O ex-atleta da Seleção Brasileira sofria de Mal de Alzheimer (doença degenerativa do cérebro) e insuficiência cardíaca. Além destas doenças, em 2008, sofreu de dengue hemorrágica e de pneumonia.