
Nasser Al-Khelaifi, presidente e proprietário do PSG, foi indiciado pelas autoridades francesas por abuso de poder e cumplicidade na compra de votos. A investigação decorre de sua participação na reestruturação de um fundo de investimento público do Catar, o que pode afetar a relação entre o clube e o país árabe.
De acordo com o jornal "RMC Sport", a situação remonta a 2018. O Grupo Lagardère, conglomerado de mídia fundado em 1992, está enfrentando problemas legais relacionados ao herdeiro da empresa, Arnaud Lagardère, acusado de desfalque, quebra de confiança e abuso de poder.
O tribunal que investiga o caso conectou Al-Khelaifi à situação, sugerindo que ele possa ter utilizado sua influência para mudar a posição de um dos fundos cataris, o QIA, que é o maior acionista do Lagardère e possui como subsidiária o QSI, responsável pelo PSG. O objetivo seria favorecer o bilionário Bernard Arnault, presidente da LVMH, em troca de compensações financeiras.
Investigação
Após essa possível interferência, a QIA, que inicialmente apoiava Vincent Bolloré, aliado da Amber Capital, mudou de posição e passou a apoiar Arnault. Como resultado, Arnault adquiriu 25% do Grupo Lagardère. A investigação ligou o caso à influência de Nasser.
O escândalo gerou irritação entre os líderes de investimentos do Catar, que agora estudam bloquear os aportes feitos na França como retaliação a Al-Khelaifi. O PSG, assim como a BeIN Sports, podem ser diretamente afetados por essa ação.
Além do caso envolvendo o Grupo Lagardère, Nasser Al-Khelaifi também esteve envolvido em outros processos judiciais. Um deles foi relacionado aos Campeonatos Mundiais de Atletismo de 2017 e 2019, durante as candidaturas do Catar para sediar os eventos. No entanto, a acusação foi retirada em fevereiro de 2023. No mesmo mês, surgiram novas alegações, quando o empresário Tayeb Benabderrahmane afirmou ter sido sequestrado e torturado por possuir informações comprometedoras sobre Al-Khelaifi.