Depois de um início de campanha irregular, a seleção brasileira masculina de vôlei está na final da Rio-2016. Nesta sexta-feira (19), no Maracanãzinho, o time de Bernardinho venceu a Rússia, por 3 sets a 0 (25/21, 25/20 e 25/17), em uma reedição da final de Londres-2012.
A final olímpica é quarta consecutiva da seleção brasileira. E o adversário na decisão será um velho conhecido, que traz boas lembranças para o time de Bernardinho: a Itália, derrotada em Atenas-2004, no último ouro do Brasil. O duelo entre as duas equipes está marcado para o próximo domingo (21), às 13h15 (de Brasília). No mesmo dia, mas às 9h30, Rússia e Estados Unidos brigarão pelo bronze.
Brasil supera lesões de Lipe e Lucarelli
Apesar das lesões na partida contra a Argentina, Bernardinho pôde contar com força máxima no duelo contra a Rússia. Lipe e Lucarelli, que sofriam com problemas nas costas e na coxa, respectivamente, fizeram teste no vestiário e foram liberados.
Em quadra, os dois demonstravam estar em condição de jogo, com Lipe se esticando todo em uma defesa impressionante no 14/13. O ponta, inclusive, foi o destaque da primeira parcial, com duas defesas espetaculares antes de o Brasil anotar seu 24ºponto.
A tática inicial do Brasil era fugir dos gigantes russos – Alexander Volkov tem 2,10m - e apostar nas bolas largadas e em explorar o bloqueio. E o primeiro set foi equilibrado apenas até o 14/14. Daí para frente, o bloqueio brasileiro começou a funcionar muito bem, quebrando o ataque e até pontuando. Assim, a primeira parcial chegou ao fim em 25/21.
Brasil aproveita os erros da Rússia
Apesar da intensidade do duelo e da rivalidade entre as duas seleções, o clima foi ameno dentro de quadra. Serginho e Tetyukhin, jogadores mais experientes, chegaram a se abraçar após um lance polêmico. No banco de reservas, porém, Bernardinho não queria saber de tranquilidade. Quando a Rússia anotou o 12º, o treinador foi à loucura por ter seu pedido de desafio ignorado pela própria comissão técnica.
Em quadra, o levantador russo Grankin sofria para acertar a altura do passe e complicava a vida da Rússia. Depois de ficar atrás no placar, foi Lucão quem buscou o empate para o Brasil. Mas quem parecia ter anotado o ponto era Serginho: na comemoração, o líbero vibrou como se tivesse feito um gol, incendiando o ginásio. O time de Bernardinho fechou a parcial em 25/20.
Brasil não dá chances para a Rússia no terceiro set
Antes do início do terceiro set, um morcego começou a voar na parte interna do ginásio. Bruninho até chegou a falar sobre o animal em quadra, mas a arbitragem não quis atrasar o recomeço. Na sequência, um novo problema: a bola bateu em uma das câmeras aéreas do ginásio e atrapalhou Serginho. Dessa vez, o árbitro mandou o ponto voltar.
No início da parcial, o Brasil abusou nos erros de saque, mas a Rússia não conseguiu tirar proveito para abrir vantagem. Pelo contrário: na metade do set, já perdia por quatro pontos. Os saques de Lipe e Wallace foram cruciais para desmontarem o time russo. Com tranquilidade, a seleção brasileira fechou a parcial em 25/17 e o jogo em 3 sets a 0.
Erros russos ajudam o Brasil
Os russos ajudaram na vitória brasileira. Durante a partida, eles deram quase um set de presente para o Brasil. Ao todo, a Rússia cometeu 25 erros, contra apenas 10 do Brasil. Enquanto os russos erravam, o time de Bernardinho demonstrava uma precisão próxima do ideal. Na terceira parcial, a seleção brasileira não cedeu nenhum ponto para o time adversário.