Os olhares denunciavam. A confiança que havia ficado pelo caminho estava de volta. O Brasil precisaria dela para encarar a Itália, em Bolonha, numa arena abarrotada. Precisaria dela para mostrar força num momento delicado, diante de um gigante do vôlei. Nesta quinta-feira, a vitória que a seleção precisava para ficar mais perto da vaga na fase final da Liga Mundial veio: 3 sets a 1, parciais de 25/17, 21/25, 25/19 e 25/19.
Nem mesmo os 30 pontos de Ivan Zaytsev foram suficientes para evitar a derrota da Azurra. Wallace foi o segundo maior pontuador da partida com 22 acertos. O segundo confronto entre as equipes será no domingo, em Milão, às 12h (de Brasília). No intervalo, a equipe nacional ficará na torcida para que o Irã consiga vencer a Polônia, em Gdansk.
Neste momento, os iranianos lideram o Grupo A, com 19 pontos, mesma soma dos italianos, segunda colocada. Os brasileiros aparecem em terceiro (14), seguidos dos poloneses (11).
O jogo
Aquele Brasil frágil, que na primeira rodada da competição sofreu dois reveses em casa, não era o mesmo que estava em quadra. Os italianos não custaram a perceber a diferença. Lucão passava pelo bloqueio sem dificuldade, Murilo dava segurança na recepção, Wallace e Lucarelli atacavam com vontade, o bloqueio criava dificuldade e o saque não era desperdiçado com tanta facilidade. A seleção abria 14/7, fazia o técnico Mauro Berruto pedir tempo para tentar arrumar a casa. Precisou O levantador Dragan Travica forçava o jogo com Zaytsev. Era com ele que a Itália buscava dar a resposta. Ele crescia na partida e as ações ficavam mais equilibradas. Os anfitriões conseguiam fugir dois pontos no marcador. Um ataque de Lucão e um saque de Bruninho provocaram o empate (11/11). Zaytsev voltava a desequilibrar e a administrar dois pontos de frente (16/14). Bernardinho promovia a inversão, colocando Rapha e Vissotto em quadra. Erros bobos do Brasil davam ainda mais tranquilidade para os italianos (20/15). Murilo tentava diminuir o prejuízo. Fazia dois pontos seguidos, e Zaytsev tratava de parar a sequência. Parodi fechava o set: 25/21.
A seleção não esmorecia. Não tinha tempo para lamentar a derrota na parcial seguinte. Olhava para frente e sem mantinha lá (15/11). Wallace voltava a dar trabalho e irritava os comandados de Berruto. O time provocava e tentava desestabilizar o Brasil (19/15). Sem sucesso. Lucarelli e seus companheiros não perdiam o foco e nem a chance de fazer 2 a 1: 25/19.
Sidão estava atento aos ataques de Zaytsev, que a essa altura do confronto já tinha 24 pontos na conta. Lucão atendia ao chamado de Bruninho e colocava mais uma bola no chão (11/10). A recepção italiana falhava e o Brasil aproveitava. Para ajudar, Zaytsev também atacava para fora e logo em seguida Sidão freava Biralelli (21/18). Os anfitriões sentiam a pressão. E viam o triplo dos visitantes parar sua principal arma, Zaytsev, e vencer a partida: 25/19.
AS EQUIPES
Brasil - Bruninho, Wallace, Lucão, Sidão, Murilo, Lucarelli e Mário Jr (líbero). Entraram: Vissotto, Raphael e Lipe. Técnico: Bernardinho.
Itália - Travica, Zaytsev, Birarelli, Piano, Kovar, Parodi e Rossini (líbero). Entrou: Vettori. Técnico: Mauro Berruto.
A CAMPANHA DA SELEÇÃO
Brasil 1 x 3 Itália
Brasil 1 x 3 Itália
Brasil 3 x 0 Polônia
Brasil 0 x 3 Polônia
Brasil 3 x 2 Irã
Brasil 0 x 3 Irã
Irã 3 x 2 Brasil
Irã 2 x 3 Brasil
Polônia 3 x 1 Brasil
Polônia 0 x 3 Brasil
Itália 1 x 3 Brasil