O Brasil voltou a estar presente em uma partida com resultado de 7 a 1. Dessa vez, no entanto, no lado do vencedor. Contra um adversário muito mais fraco que a poderosa Alemanha, os comandados de Dunga não tiveram dificuldades para vencer o Haiti pelo sempre emblemático placar, em duelo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América.
Os destaques da partida ficaram por conta de Philippe Coutinho e Gabigol. O primeiro, agora um dos principais nomes da equipe, balançou as redes três vezes. Já o jovem atacante do Santos substituiu Jonas no intervalo e deixou sua marca. Renato Augusto, duas vezes, e Lucas Lima marcaram os outros gols brasileiros – Marcelin descontou para o Haiti.
Com o resultado, o Brasil assume provisoriamente a liderança do Grupo B da Copa América, com quatro pontos. O Peru, que tem 3, enfrenta o Equador ainda nesta quarta-feira, na cidade de Phoenix.
Na próxima rodada, o Brasil terá pela frente o Peru, no domingo (12), na cidade de Foxborough. No mesmo dia, o Haiti encara o Equador.
O Brasil demorou um pouco para engrenar na partida, mas nem de perto sofreu pressão da modesta seleção do Haiti. Aos 13 minutos do primeiro tempo, teve início o que já era esperado: após receber passe de Filipe Luís, Philippe Coutinho avançou e soltou a bomba para superar Placide. 15 minutos mais tarde, o jogador do Liverpool recebeu passe de Jonas e, sem goleiro, só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes. Esse foi o terceiro gol de Coutinho com a camisa da seleção, em 16 partidas.
A partida, se não pode ser usada como padrão por causa da fragilidade do adversário, serviu para dar moral ao antigo reserva de Douglas Costa. Antes do torneio, Coutinho estava previsto para começar no banco de reservas, mas a lesão e o corto de Douglas Costa fez com que a chance caísse no colo do jogador do Liverpool.
Se Jonas não conseguiu aproveitar a chance contra o modesto Haiti, o mesmo não aconteceu com Gabigol. O jovem do Santos precisou de apenas 13 minutos em campo para deixar sua marca. Elias serviu o atacante, que bateu da entrada da área para superar Placide.
Com uma posse de bola gigantesca contra o Haiti (62% x 38%, no intervalo), o Brasil não teve dificuldades para chegar ao terceiro tento. A fraca marcação haitiana permitiu que Renato Augusto ficasse livre para aproveitar cruzamento de Daniel Alves e cabecear para o fundo do gol, aos 34 minutos do primeiro tempo.
Faltando apenas cinco minutos para o final da partida, Renato Augusto voltou às redes. Em jogada individual, o ex-jogador do Corinthians avançou pelo meio e bateu rasteiro para superar Placide.
Neste início de Copa América, o técnico Dunga segue testando o esquema 4-2-3-1. Durante o duelo contra o Haiti, o treinador desenhou a equipe com formação parecida à utilizada no amistoso contra o Panamá. Ao tirar Casemiro de campo, o Brasil passou a atuar com Elias e Renato Augusto de volantes, com uma linha de três formada por Willian, Lucas Lima e Coutinho, com Gabigol isolado na frente.
O resultado da mudança pôde ser visto no quinto gol do duelo, marcado por Lucas Lima. O meia apareceu dentro da área para aproveitar cruzamento de Daniel Alves e cabecear para o fundo do gol.
O primeiro tempo tranquilo não serviu para deixar Dunga mais calmo. Mesmo com 3 a 0 no placar, o treinador a todo tempo esbraveja na beira do gramado, em especial com Philippe Coutinho e Jonas, por causa de pequenos erros e falhas de posicionamento.
"(O desempenho) É muito pouco se tratando do Haiti. Se fosse uma seleção um pouquinho melhor, a gente teria dificuldades como tivemos contra o Equador", analisou Ronaldo, na transmissão da "Globo", durante o intervalo da partida.
Ciente da dificuldade de vencer o Brasil, a torcida do Haiti aproveitou a partida para se divertir e apoiar sempre que possível. A cada bola tirada pela defesa, cada lance de perigo, os torcedores enlouqueciam nas arquibancadas.
E o maior momento de empolgação veio aos 24 minutos do segundo tempo. Nazon chutou cruzado, Alisson espalmou e a bola sobrou para Marcelin, livre, balançar as redes brasileiras.
O duelo desta quarta-feira foi o primeiro oficial entre Brasil e Haiti. No entanto, as duas seleções já haviam se enfrentado em outras duas oportunidades, mas em amistosos. O mais famoso deles aconteceu em agosto de 2004, em meio à guerra civil que assolava o país.
Comandados por Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, a equipe, então campeã mundial, parou o país. No caminho entre o aeroporto e o estádio, os jogadores foram dentro de carros blindados de combate, enquanto acenavam para uma multidão nas ruas. Em campo, vitória fácil do Brasil: 6 a 0, com três gols de Ronaldinho Gaúcho, dois de Roger e um de Nilmar.