Com uma atuação pouco inspirada, o Brasil nem de longe lembrou o time envolvente da estreia no Mundial Sub-20 (5 a 0 na Costa Rica) e ficou no 0 a 0 com a República Tcheca, pela segunda rodada do Grupo E, em Port Said, no Egito. O resultado ao menos serviu para garantir a classificação da seleção para a segunda fase do torneio.
Com quatro pontos em dois jogos, tanto brasileiros quanto tchecos já estão nas oitavas de final, no mínimo como um dos quatro melhores terceiros colocados. No próximo sábado, o time de Rogério Lourenço pega a Austrália, que ainda não pontuou, no término da fase.
Os dois primeiros de cada chave avançam para as oitavas, mais os quatro melhores terceiros colocados. Nos grupos B e D, os terceiros só conseguirão alcançar três pontos, menos que o Brasil. Isso por que Nigéria e Taiti (com zero no B) e Uzbequistão e Inglaterra (com zero no D) se enfrentam na última rodada.
Após quase 90 minutos sem muitas emoções, a partida em Port Said ganhou bons lances nos momentos finais, mas terminou sem gols. Alex Teixeira, do Vasco, foi o melhor brasileiro em campo. Diante de um adversário com clara preocupação defensiva, o Brasil tomou a iniciativa do jogo.
Só que o meio de campo bastante congestionado não dava espaço para Giuliano, Paulo Henrique Ganso e Alex Teixeira iniciarem as jogadas. Faltava também brilhantismo aos jogadores brasileiros, que não conseguiam se desvencilhar da marcação.
Os tchecos jogavam com um atacante isolado e uma muralha de nove jogadores protegendo seu goleiro e estavam plenamente satisfeitos com a ausência total de futebol no primeiro tempo. Alex Teixeira começou atacando pela esquerda, depois foi para a direita, mas fora um chute torto que saiu pela lateral passou em branco no primeiro tempo. Ganso também ficou escondido.
E Giuliano, que se movimentou mais, errou praticamente tudo o que tentou - chutes a gol, passes e até simples domínios de bola. Na direita, o lateral Douglas não participou do jogo e na esquerda Diogo, embora mais presente no ataque, também pouco acrescentou. Foram 45 minutos de bola rolando, muitas frases para descrever o péssimo primeiro tempo, mas nenhum chute a gol com perigo de parte a parte. No intervalo um cachorrinho resolveu dar mais graça ao jogo.
Ele invadiu o campo, divertiu o público, deu um baile nos voluntários que tentaram capturá-lo e deixou o campo triunfante. Ficou ali pertinho do gramado para ver o segundo tempo, mas futebol que é bom ele não viu. O Brasil voltou do intervalo com a mesma falta de inspiração da etapa anterior. O primeiro chute ao gol só aconteceu aos 13 minutos, quando Diogo bateu de fora da área, mas a bola passou por cima. Um minuto depois, Giuliano arrancou pelo meio, deu um drible curto no zagueiro e mandou uma bomba sobre o gol.
Aos 16, apareceu o primeiro toque verdadeiramente brasileiro na partida. Giuliano cruzou da direita, o zagueiro desviou a bola que ia na cabeça de Alan Kardec e ela sobrou para Alex Teixeira. Com o lado do pé, ele bateu colocado, consciente, no contrapé do goleiro, mas acertou o travessão. Rafael Tolói também ameaçou de cabeça, no lance seguinte, mas o goleiro Vaclik fez defesa segura. O técnico Rogério Lourenço sacou Alan Kardec e Ganso e lançou Maicon e Douglas Costa. Mas na primeira arrancada de Douglas, aos 26, o chute saiu fraquinho, à esquerda do gol.
Aos 32, Giuliano tabelou com Maicon, entrou na área, tentou passar pelo goleiro e caiu. O árbitro considerou que ele tentou simular um pênalti e deu cartão amarelo ao camisa 10 brasileiro. As melhores chance tchecas aconteceram aos 37 e 41 minutos. Primeiro Heidenreich arriscou um chute que passou longe do gol de Rafael. Depois, Vosahlik recebeu passe na marca do pênalti, mas chutou fraquinho, nas mãos do goleiro.
No último lance, aos 43, Alex Teixeira fez um carnaval na linha de fundo, passou por dois adversários, cruzou rasteiro, mas faltou um pé brasileiro para empurrar pra dentro. Brasil e República Tcheca terminaram iguais no placar, classificados para as oitavas-de-final, mas com sentimentos opostos. Os tchecos felizes por terem evitado a derrota. E os brasileiros à procura do bom futebol.