Não deu para o Brasil. No dia em que poderia celebrar o inédito tetracampeonato mundial, a Seleção Brasileira masculina de vôlei encontrou pelo caminho uma forte e animada Polônia. Atuando dentro de casa e incentivada por uma abarrotada Spodek Arena, em Katowice, o selecionado europeu conseguiu o que para muitos parecia impossível. Depois de vencer o Brasil na terceira fase do Campeonato Mundial, triunfou novamente sobre a equipe comandada por Bernadinho, mas desta vez na final. O placar, que apontou 3 sets a 1, com parciais de 18/25, 25/22, 25/23 e 25/22, deu o segundo título mundial de vôlei à história da Polônia.
Antes de 2014, o time polonês só havia faturado a principal competição de vôlei do planeta em 1974, no México. Durante estes 40 anos, ultrapassou a fase de semifinal apenas uma vez: em 2006. E, naquele ano, o algoz na grande decisão foi exatamente o Brasil, que, na ocasião, celebrou o bi em Tóquio, no Japão. O ouro na Liga Mundial de 2012, em Sófia, na Bulgária, era um indício do sucesso que esta geração polonesa faria. E ele foi consolidado neste domingo.
Nunca Bernardinho havia saído de um Campeonato Mundial sem o título. Desde 2001, quando assumiu o comando técnico brasileiro, ergueu a taça em 2002, 2006 e 2010. Em 2014, esteve muito perto de faturar o tetra. O Brasil começou sua caminhada com triunfo sobre Alemanha. Depois, Tunísia, Finlândia, Coreia do Sul, Cuba, Bulgária, China, Canadá, Rússia (duas vezes) e França ficaram pelo caminho. A única equipe que havia vencida a Seleção tricampeã do mundo era a Polônia. No dia em que o Brasil poderia se vingar, não conseguiu. Bernardinho perdeu o seu primeiro Campeonato Mundial no comando da Seleção Brasileira.
No primeiro set, a Seleção Brasileira jogou como se estivesse no Ibirapuera. Ou no Maracanãzinho. Com excelente volume de jogo, ignorou a barulhenta torcida polonesa e dominou as ações do início ao fim. Fechou em 25/18 após apenas 26 minutos.
Na segunda parcial, teve início ruim, recuperou-se no fim, mas caiu por 25/22. O terceiro set foi muito equilibrado, mas a qualidade do espetacular Mika decidiu para os donos da casa, que venceram por 25/23. Assim, restava apenas uma parcial. E ela foi, novamente, polonesa. Com grande virada no final, os donos da casa usaram e abusaram do apoio das arquibancadas para anotarem 25/22 e frustrarem o sonho do tetracampeonato mundial do Brasil.