Brasil se complica na largada, fica em 29º, mas comemora: “Dever cumprido”

Piloto Edson Bindilatti erra durante entrada no trenó, equipe perde tempo no início da prova e não se classifica para a quarta e última descida da com

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O erro na largada atrapalhou os planos do Brasil de melhorar sua posição nos Jogos Olímpicos de Sochi. No entanto, não foi capaz de diminuir o clima de descontração e alívio dos atletas do bobsled masculino. Mesmo depois que o piloto Edson Bindilatti prendeu um dos pés e se enrolou na entrada do trenó, o quarteto falava em dever cumprido. Apesar do percalço, os brasileiros não viraram e terminaram na 29ª colocação com um tempo total de 2m50s71 e não se classificaram para a quarta e última descida da competição.

- Dei uma bobeira na entrada, meu pé enroscou na hora de entrar. Acabei dando duas passadas a mais para dar um impulso maior, o que aconteceu. Mas isso não costuma acontecer. Não deu tempo de pegar o comando para ele não bater na parede, a gente acabou perdendo muito tempo. Mas tentei recuperar ao máximo na pilotagem, que foi muito boa. Quis descer o mais rápido possível para recuperar. Mas saímos daqui com cabeça erguida, dever cumprido, foi uma excelente participação de todos nós. Vamos pensar em 2018 - disse o piloto Edson Bindilatti.

Comandada pelo técnico Cristiano Paes, a equipe formada por Edson Bindilatti, Fabio Gonçalves, Edson Martins e Odirlei Pessoni mostrou na despedida a mesma união das últimas semanas. Foram eles mesmos que reformaram os trenós das competições (dupla feminina e quarteto masculino). Emocionados com o adeus aos Jogos, enalteceram o trabalho realizado nos últimos meses e garante que, aos poucos, vão ajudando na evolução da modalidade do país.

- Nós sempre fomos conhecidos como uma equipe desorganizada, que fazia tudo errado. Todos agora estão nos parabenizando. Estamos conquistando nosso respeito. É uma união e uma seriedade muito grande que temos. Viemos aqui focados, não para passear. A gente veio aqui para fazer uma excelente competição. Estamos conquistando nosso espaço. Agora estamos assustando, estamos vindo com vontade. Daqui para frente, é só ladeira abaixo - completou Bindilatti.

Esta foi terceira participação brasileira na disputa dos quartetos de bobsled em Jogos Olímpicos de Inverno. Na edição de 2002, em Salt Lake City, o quarteto verde-amarelo ficou na 27ª colocação. Já em Turim 2006, novamente no bobsled de quatro, a equipe se despediu em 25º lugar.

Neste sábado, a equipe brasileira já tinha realizado outras duas descidas. Na primeira, completaram o percurso de 1.814m em 56s86, 2s04 atrás da equipe número 1 da Rússia, que liderou a tomada de tempo com direito a recorde da pista. Já na segunda, Brasil voltou à pista para melhorar o tempo em relação à primeira tomada de tempo. Na classificação final, a equipe ficou à frente somente dos canadenses, que tombaram no primeiro dia de provas.

Assim como nas primeiras descidas, os membros do time brasileiro fizeram questão de prestar uma homenagem para a brasileira Lais Souza, que se recupera de uma lesão na coluna cervical, após cruzarem a linha de chegada.

- Lais, 2018 te espera também. Se recupera, treina que você vai ficar boa rápido. Vamos ficar orando por você e por sua família - disse Fábio Gonçalves.

Líderes do quadro de medalhas de Sochi, a Rússia voltou a levar o ouro no bobsled. O quarteto formado por Alexey Negodaylo, Alexey Voevoda, Dmitry Trunenkov e Alexander Zubkov ficou na primeira colocação com o tempo de 3m40s60 nas quatro descidas. O time da Letónia ficou com a prata, enquanto os Estados Unidos levaram o bronze.

O bobsled é um dos esportes de inverno de maior velocidade e envolve uma descida em curvas dentro de um trenó. A competição olímpica consiste em quatro corridas realizadas ao longo de dois dias. As medalhas são atribuídas com base no tempo total sobre as quatro corridas. Vence o conjunto que obtiver a menor marca.

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