O Brasil vestiu a mesma camisa amarela, short azul e meiões brancos, mas foi outro em relação à apagada estreia contra o Egito. Com uma atuação segura e digna dos aplausos do torcedor colombiano ? que compareceu em número reduzido ?, a Seleção não encontrou problemas para derrotar a Áustria, por 3 a 0, nesta segunda-feira, no Estádio Metropolitano, em Barranquilla, e assumir a liderança do Grupo E do Mundial Sub-20 pela segunda rodada.
A vitória convincente começou a ser construída no fim do primeiro tempo, com Henrique, e se encerrou com Philippe Coutinho, de pênalti, e Willian na etapa final. Agora com quatro pontos e saldo positivo de três gols, a equipe do técnico Ney Franco precisa apenas passar pelo Panamá, na quinta-feira, também às 22h (de Brasília), por uma diferença que lhe dê a vantagem diante do Egito (quatro pontos e saldo de um gol) para ficar com o primeiro lugar. A posição é valiosa, pois permite continuar na cidade para as oitavas de final.
A Áustria, por sua vez, necessita vencer os africanos, no mesmo dia em horário, mas na vizinha Cartagena, para manter-se com chances de classificação.
Com o dedo de Ney Franco
Ney Franco certamente abriu um sorriso maior ao ver que o camisa 19 com a amarelinha corria de um lado para o outro, dava opções e, principalmente, oferecia perigo aos adversários. Era Henrique, uma de suas modificações no time titular em relação ao empate na estreia. Ele foi o nome do primeiro tempo com um gol, uma bola na trave e o responsável pelos aplausos recebidos pela Seleção ao apito parcial do americano Mark Geiger.
Reserva na estreia diante do Egito, o atacante do São Paulo fez também os seus companheiros crescerem de produção. Oscar e Willian, que tiveram outra opção na frente para tabelar e buscar passes mais arrojados, saíram-se bem.
Não quer dizer, no entanto, que a equipe não tenha levado sustos na defesa. A Áustria ameaçou em ao menos três oportunidades, com Weimann e Klem entre os mais presentes. O goleiro Gabriel, aos nove, impediu o gol do primeiro.
Alex Sandro sente lesão e sai
No Brasil, a saída de Alex Sandro, que sentiu a lesão na coxa aos 12 minutos, também foi preocupante, muito embora Gabriel Silva tenha se mostrado mais participativo. Foi dele o cruzamento para Henrique, que não alcançou. Casemiro, logo atrás, emendou de primeira, mas muito mal, aos 26 minutos.
Se o volante são-paulino não parecia em uma noite inspirada, o jogo coletivo funcionava. E muito bem. Aos 37, uma tabela entre Oscar e Philippe Coutinho deixou o meia colorado na boa para rolar. Henrique se antecipou e desviou para o fundo das redes. Foi o gol 200º do Brasil em 91 jogos de Mundiais Sub-20.
O Brasil se empolgou e partiu para cima. Teve ainda outras três chances até os 46 minutos, mas não as aproveitou. Àquela altura, com o resultado encaminhado, não era de todo o mal lamentá-las.
Criação funciona e Brasil deslancha
A Áustria voltou para a etapa final disposta a incomodar. Mas não passou de um chute de Weimann, aos quatro minutos, que obrigou Gabriel a praticar uma defesaça por cima. O jogo do Brasil fluía com maior facilidade e chegar na cara do gol era questão simples de tempo. Aos seis, Oscar descolou ótimo passe para Danilo, que invadiu a área e sofreu pênalti de Radlinger. Coutinho cobrou no canto direito e ampliou: 2 a 0.
Os austríacos não marcavam com a mesma intensidade e davam o espaço necessário para o Brasil fazer a festa. Willian não aceitou o convite aos oito, tampouco Henrique aos 12, após passes de Danilo e Coutinho. Aos 17, não teve jeito. Em rápida troca de passes de Oscar, Coutinho e Casemiro, Willian apareceu frente a frente ao goleiro e não perdoou.
Com um placar confortável e uma atuação convincente, a Seleção fez o tempo passar. Negueba e Dudu receberam suas chances e impuseram um ritmo tão veloz quanto, mas o placar não se modificou. Houve tempo somente para que o zagueiro Juan levasse o seu segundo cartão amarelo e se tornasse desfalque contra o Panamá. O problema, para eles, é que Coutinho, Oscar & Cia. seguem no time. E cada vez mais entrosados.