A serra dourada abriu o sonho dourado do Brasil. Com jogadas de ouro, outras de prata, algumas que nem levariam medalha, mas uma vitória segura por 2 a 0 sobre o Japão. O gostinho do título chegou a ser sentido nas tabelas e triangulações ofensivas, no talento individual de Neymar, Felipe Anderson e companhia, mas o Brasil não conseguiu fazer por muito tempo um jogo próximo do ideal, embora só tenha sido ameaçado uma vez pelo Japão. O amistoso consolidou algumas ideias de Rogério Micale e mostrou que outras precisam ser aperfeiçoadas, mas em nenhum momento se viu a “seleção suicida” que se temia pelos treinos. Foi um time equilibrado e seguro, que resolveu o jogo no talento genuíno da garotada.
Seria educativa a estatística de quanto tempo a bola passou no campo de ataque do Brasil. Após 10 minutos de dificuldades, os atacantes passaram se movimentar mais pelo campo e causar estragos na defesa japonesa. Felipe Anderson sofreu um pênalti não marcado e exigiu boa defesa do goleiro Nakamura antes que Gabriel, deslocado da direita para a esquerda, recebesse no meio e arrancasse em direção ao gol. O desvio em Ueda não tirou a beleza do 1x0. Marquinhos ampliou de cabeça, enquanto Thiago Maia e Neymar acertaram o travessão. Em vários momentos, os treinos de Micale se reproduziram no amistoso.
Não virou pelada, mas o melhor posicionamento do Japão, que parou de desmontar suas linhas ao correr atrás dos atacantes brasileiros, e o excesso de substituições, fez com que o jogo caísse bastante de nível. Micale botou todo mundo para jogar. Terminou com Uilson, William, Marquinhos, Luan Garcia e Douglas Santos; Rodrigo Dourado, Walace e Renato Augusto; Luan, Neymar e Gabriel Jesus. O Brasil tentou o terceiro gol, mas sem tanto ímpeto.
A seleção brasileira viaja na noite deste domingo, depois de folgar durante o dia, para Brasília, onde fará seus dois primeiros jogos pelo Grupo A da Olimpíada: dia 4 de agosto contra a África do Sul, e 7 diante do Iraque. Depois, enfrentará a Dinamarca, no dia 10, em Salvador. O Japão está no Grupo B ao lado de Colômbia, Nigéria e Suécia.