O último jogo em território brasileiro antes da viagem à Rússia foi como Tite e seus jogadores esperavam nesta terça-feira. Com bastante segurança, a seleção venceu o Chile por 3 a 0 no Allianz Parque, com gols de Paulinho e Gabriel Jesus (duas vezes) no segundo tempo, e mostrou a força que a caracterizou desde que o atual treinador assumiu o time nas Eliminatórias.
Com muita atenção das arquibancadas para o risco de eliminações de argentinos e chilenos, o estádio do Palmeiras também presenciou uma festa de despedida para a seleção, que agora só atuará na Europa em amistosos em novembro e março.
Graças à vitória, o Brasil chegou a 41 pontos e também registrou a segunda melhor campanha da história das Eliminatórias da Copa. Ficou atrás apenas da Argentina de Marcelo Bielsa, com 43 pontos em 2002.
Acostumado a jogar ofensivamente, o Chile não conseguiu sair da defesa, apesar de correr risco de eliminação. Pizzi adotou uma formação mais arrojada que o habitual, mas foi o Brasil de Tite, com força praticamente máxima, quem mandou nos 45 minutos iniciais. As melhores chances foram de Neymar, na cara de Bravo, e de Gabriel Jesus, livre pelo alto, mas o goleiro chileno evitou os gols antes de falhar feio no segundo tempo.
A possibilidade de a Argentina perder a vaga na Rússia dividiu atenções durante o jogo entre brasileiros e chilenos. A torcida mandante presente ao Allianz Parque vibrou muito no gol inicial do Equador em Quito, murchou com a virada dos argentinos construída por Lionel Messi e dividiu o protagonismo com fãs da equipe visitante – alguns até se reuniram com brasileiros no mesmo setor do estádio.
Para confirmar seu momento especial, o volante Paulinho chegou ao quinto gol na era Tite. Sempre com oportunismo na área, ele aproveitou o rebote de Claudio Bravo em falta batida por Daniel Alves e ratificou a ótima atuação que tinha ao abrir o marcador em São Paulo.
O goleiro do Manchester City, um dos membros da geração de ouro chilena, fez duas boas defesas no primeiro tempo, mas voltou a mostrar irregularidade. Em batida de falta de Daniel Alves, ele soltou a bola no pé de Paulinho.
Foi o quarto jogo sem gol de Neymar, que desta vez atuou dentro dos padrões desejados por Tite. O camisa 10 não se envolveu em grandes discussões, participou da partida de forma coletiva e criou boas jogadas para os companheiros. Na melhor delas, recebeu um lindo lançamento de Coutinho e deu o gol de presente para Gabriel Jesus.
Foi uma atuação de grande superação do atacante criado dentro do Palmeiras. Acostumado a gritar por Gabriel, a torcida festejou a atuação de seu ídolo diante do Chile. E duas vezes. Jesus perdeu um gol na pequena área na etapa inicial, mas não desistiu e recebeu um gol "de presente" de Neymar para fazer a festa da torcida. Foi o quinto dele, que ainda acertou chapéu e boas assistências, com a camisa do Brasil. No último lance, o camisa 9 aproveito contra-ataque após desespero do rival e, sem goleiro, entrou com bola e tudo.
Valdivia teve pouco destaque no seu retorno no Allianz Parque. O chileno ficou apagado durante boa parte do jogo e passaria praticamente despercebido estádio palmeirense não fosse um entrevero com Miranda. Na ocasião, o meio-campista não gostou de uma dividida com o zagueiro e reclamou. A torcida comprou a briga de Miranda e gritou: "Valdivia v....".
Em situação delicada nas Eliminatórias e após ver o Brasil abrir 2 a 0 no placar, o Chile apelou para a violência. A ideia parecia clara: tumultuar o jogo. E o já classificado Brasil tentava evitar cartões vermelhos e uma consequente suspensão para a estreia na Copa da Rússia. O jogo ficou tenso, mas a equipe de Tite segurou a pressão. Com apenas um cartão vermelho nas Eliminatórias, porém ainda nos tempos de Dunga, o Brasil passou ileso do risco desta quarta-feira.
Presidente do Chile, Michelle Bachelet foi presença ilustre na partida contra o Brasil em um dos camarotes do estádio do Palmeiras.
BRASIL 3 x 0 CHILE
Data:10 de outubro de 2017 (quarta-feira)
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Arbitragem: Roddy Zambran (Equador)
Auxiliares: Christian Lescano e Byron Romero (Equador)
Público e renda: 41.008 presentes / R$ 15.118.391,02
Cartões amarelos: P. Coutinho e Neymar (BRA); Alexis Sánchex e Maurico Isla (CHI)
Gols: Paulinho, aos 9, e Gabriel Jesus, aos 11 minutos e aos 47 min do segundo tempo
Brasil: Ederson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro; Philippe Coutinho (Roberto Firmino), Paulinho, Renato Augusto (Fernandinho) e Neymar (Willian); Gabriel Jesus- Técnico: Tite
Chile: Claudio Bravo; Mauricio Isla, Gary Medel, Gonzalo Jara e Beausejour; Aránguiz (Pulgar), Fuenzalida (Édson Puch), Pablo Hernández (Paredes) e Valdivia; Alexis Sánchez e Eduardo Vargas -Técnico: Antônio Pizzi