A maratonista baiana Ana Marcela Cunha, 23 anos, ganhou neste sábado a medalha de ouro no Mundial e conquista o bicampeonato e o status de maior medalhista do Brasil em todas as modalidades.
A prova durou cerca de 5h e a brasileira nadou 25Km para conseguir a medalha. Ela já havia ganhado a prata nos 5km por equipe e o bronze nos 10 Km.
Ana Marcela tem vaga garantida para as Olimpíadas do Rio e deixa a Rússia 100% satisfeita e otimista para a disputa no Rio de Janeiro em 2016.
- Estou muito feliz. A gente tinha planejado isso para o Mundial passado, de voltar para casa com três medalhas, mas eu não tive tanta paciência nos 25 quilômetros. Esse ano, viemos mais preocupados em pegar a vaga olímpica, mas a gente sabia que se eu nadasse bem os 10km e ganhasse da Poli (Poliana Okimoto) nadaria a prova por equipe. E nos 25km, entrei com outra cabeça, outro pensamento, para buscar a medalha. A gente está muito feliz por ter concretizado isso, não tenho nem palavras. Estou muito feliz com as três medalhas no Mundial e agora é pensar em 2016 - comemorou Ana Marcela, que soma agora sete medalhas em mundiais (seis em Mundias de esportes aquáticos e uma em Mundial de águas abertas).
A brasileira se manteve no pelotão da frente desde as primeiras voltas da prova deste sábado, nas águas do Rio Kazanka. A partir do quilômetro 15, acompanhando o ritmo dos homens, começou uma disputa mais próxima pela liderança com a xará Anna Olasz, da Hungria. Após ocupar o primeiro lugar por algum tempo, passou a controlar o ritmo, voltou para a segunda colocação e foi apenas acompanhando Olasz.
Mais inteira, a brasileira então partiu para o ataque nos 2,5km finais. No quilômetro final, depois de nadar 24km, Ana Marcela aumentou o ritmo, ultrapassou a húngara e deslanchou na frente, vencendo com o tempo de 5h13m47s. Anna Olasz bateu 26s1 depois, com 5h14m13s. O bronze ficou com a alemã Angela Maurer (5h15m07s).
Além das adversárias, Ana Marcela precisou superar os diferentes momentos climáticos durante os 25km de prova. O sol chegou a aparecer nas primeiras voltas, mas, no meio do percurso, o céu de Kazan fechou e os últimos 5km foram debaixo de muita chuva. A temperatura da água também. Nada que pudesse, no entanto, atrapalhar o caminho da baiana até a medalha de ouro.