Dos jogadores de ataque que reforçaram o atual elenco do Flamengo, nenhum apresentou um cartão de visitas como Bruno Henrique. Pedido especial do técnico Abel Braga, o ponta esquerda alcançou o terceiro gol em três jogos diante da Cabofriense, feito único entre os nove jogadores de frente que chegaram ao clube nos últimos anos.
A intensidade e a profundidade, palavras de ordem no futebol, foram verificadas em Bruno Henrique de imediato. O que levou o treinador a deixar Vitinho, trazido no ano passado para a mesma função, pelos lados, a ficar no banco de reservas durante os noventa minutos pela primeira vez no ano.
A comparação é inevitável. Se Bruno Henrique teve início avassalador, Vitinho passou em branco nas três partidas iniciais no segundo semestre do ano passado. Demorou a emplacar, mas deixou sempre a sensação de falta de regularidade. Especialmente tática. Este ano, também não marcou nem emplacou. Voltou a ouvir cobranças.
O detalhe: Vitinho custou o dobro do valor de Bruno Henrique. Até este ano, era a contratação mais cara da história do Flamengo, que pagou R$ 44 milhões na ocasião ao CSKA da Rússia. Em que pese o fato de o jogador ter aberto mão de valores na negociação para defender o clube de infância.
Ao Santos, por outro lado, o clube da Gávea pagou R$ 23 milhões por Bruno Henrique. Em sua chegada, o último reforço ofuscou as maiores estrelas. Gabigol ainda não marcou; Arrascaeta tem um gol e se adapta ao elenco. Já entrosado, Vitinho é visto internamente como um jogador com dificuldade para se mobilizar para o time, mas tem apoio da diretoria e jogadores.
Do grupo atual, o ranking abaixo de Bruno Henrique tem Dourado e Diego, com dois gols. O centroavante, que chegou em 2018, também causou boa primeira impressão nos primeiros jogos do primeiro semestre. O meia, da mesma forma, na arrancada do Brasileiro de 2016, liderando o time.
No ano seguinte, Everton Ribeiro chegou como grande contratação da janela de transferências do meio do ano, mas demorou a engrenar e teve início tímido. Melhorou bastante no ano passado, ressalte-se. Na primeira trinca de jogos, fez um gol, mesmo número de Arrascaeta, agora a contratação mais cara do Flamengo no lugar de Vitinho.
Na lista de reforços citada, Berrío deixou o dele nas primeiras três partidas e também causou primeira boa impressão antes de se lesionar gravemente. O colombiano se recupera de um problema muscular e deve voltar a ficar à disposição na semifinal da Taça Guanabara contra o Fluminense, sábado.
Com mais paciência da torcida, o recém-chegado Gabigol terá nova chance de balançar as redes na temporada no primeiro clássico. Assim como Uribe, centroavante que demorou a encaixar no time ano passado e que iniciou a jornada atual no Flamengo com um gol.
Em um clube com pressão por resultados, um bom início pode ser o diferencial.