Perto de anunciar o vencedor da disputa pelos direitos de transmissão na TV aberta dos Campeonatos Brasileiros de 2012 a 2014, o Clube dos 13 promete mostrar ao Corinthians que a negociação em conjunto com as demais agremiações ainda vale a pena. O diretor executivo da entidade, Athaíde Gil Guerreiro, se mostra confiante em uma reconciliação com os "dissidentes" e espera convencer o presidente Andrés Sanchez que as conversas separadas com as emissoras não é o melhor caminho para elevar os valores recebidos. Para isso, garante que o clube do Parque São Jorge deverá embolsar cerca de R$ 100 milhões no novo contrato.
Nas contas da entidade, divulgadas em nota oficial na última quarta-feira, os direitos do Brasileiro serão vendidos por um valor acima de R$ 1 bilhão, quase o dobro do que os clubes vão faturar com a venda pela edição de 2011. Na divisão do "bolo", o Corinthians seria um dos que mais receberiam, segundo Athaíde. "O Corinthians vai ultrapassar R$ 100 milhões anuais. Eu não sei os valores em que o Corinthians está negociando, mas sei o valor da negociação em conjunta, e pelo menos R$ 100 milhões irão para os cofres do Corinthians", afirmou, em entrevista.
Além de se mostrar frustrado com o rompimento nas negociações de clubes importantes no cenário nacional, como Corinthians e os cariocas Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco, Athaíde lamenta a saída da TV Globo do processo de licitação por não concordar com as regras propostas pelo Clube dos 13 e pelo Cade. Segundo o dirigente, a desistência da emissora carioca enfraquece a disputa e diminui os valores que envolvem a compra dos direitos.
"A partir do momento em que a TV Globo saiu do processo licitatório, perdemos no mínimo R$ 300 milhões porque os outros concorrentes não têm mais a figura da TV Globo na concorrência", disse o dirigente, se referindo ao interesse da Record e RedeTV!. Na entrevista, Athaíde disse que a emissora carioca decidiu se desligar da disputa por não concordar com a igualdade de condições após transmitir o futebol "por muitos e muitos anos".
Na véspera do anúncio do vencedor, o diretor executivo da entidade não escondeu o sentimento em relação aos últimos acontecimentos. "Fiquei frustrado sim. Esse é o grande momento que poderíamos nos tornar independentes como entidade. O futebol vive reclamando que não tem recurso. Partimos para um padrão diferente, que este contrato de três anos (2012 a 2014) pode chegar aos R$ 4 bilhões. Este valor poderia liberar os clubes do endividamento atual e conseguir renda para pagar as despesas daqui para a frente. Tudo isso nos deixa muito preocupados".